Roberto estava indo ao banco pagar contas quando viu um senhor de uns 60 anos falando o porque de ele votar em candidatos de direita. Explicava que pobre é pobre porque não trabalha, não estuda, e por isso não se deve dar dinheiro, nem terra pra eles. Porém Roberto reparou que aquele senhor era classe média e de origem pobre. Vítima do sistema.
Depois de pagas as contas, Roberto se dirigiu para o trabalho e lá se deparou com uma cena, onde uma senhora de uns 55 anos falava dentre outras asneiras sobre como era boa a vida na época da ditadura, que naquele tempo havia mais moral, descência, as pessoas eram mais patriotas. Roberto pensou em falar algo, mas desistiu. Valeria a pena ensinar História para uma senhora ignorante desconhecida?
Roberto era um homem esclarecido, tinha interesse pela sabedoria, pelo conhecimento. Lia pelo menos 10 livros por ano, pesquisava na internet, assistia videos com conteúdo, travava longas conversas com pessoas inteligentes, e era humilde para aceitar quando errava ou quando descobria opiniões melhores que as suas. Concluiu o ensino universitário porém era crítico da Educação Institucionalizada, pois para ele a instituição desviava o foco da educação.
Durante anos Roberto foi militante de movimentos sociais, sempre apoiando as minorias e suas lutas. Tinha visão e experiência, além de um coração enorme. Ele era um homem ponderado mas naquele fim de tarde ele não conseguiu se conter. A gota d´água foi quando ele viu um bando de coxinhas, mauricinhos, filhinhos de papai, que não sabiam o valor do trabalho, do dinheiro, falando um monte de tolices. Como se não bastasse apoiar partidos de direita, eles criticavam o marxismo, o comunismo, o anarquismo e todos os cidadãos que participavam de greve ou protesto, sempre de uma forma tosca, fazendo piada, sem argumentos, criando a imagem do militante de esquerda como um vagabundo drogado que não sabe o que diz e que não tem mais o que fazer.
Enojado de toda aquela conversa alienada, Roberto ja estava saindo imputecido quando o mais coxinha do grupo lhe ofereceu um santinho e lhe pediu o voto para aquele candidato mal caráter. O sangue lhe subiu a cabeça e ele de súbito arrancou a cinta e começou a dar no infeliz. Dizia: "agora você vai ver como eu vou votar, seu sem-vergonha, coxinha safado!" Enquanto o besta tomava umas boas cintadas, seus parceiros sairam correndo com medo. Além de tudo eram frouxos.
domingo, 19 de outubro de 2014
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