quarta-feira, 2 de junho de 2010

Em Fernando de Noronha

E a verdade vos libertará a todos os leitores do Blog do Dom.

Fernando de Noronha é um arquipélago a cerca de 500 Kilômetros de Recife em direção ao oceano. Em em meio ao oceano se encontra esse paraíso com 27 kilômetros de comprimento e cerca de 5 kilômetros de largura. Vivem na ilha cerca de 3 mil habitantes, um povoado. Por ser um berço marinho, onde tartarugas e outros animais se reproduzem, existe um grande controle de preservação do meio ambiente. Alguns dizem ser um Brasil que dá certo. O lixo reciclável volta todo para o continente, de onde também vem quase tudo que se consome na ilha. Uma embracação de comida, geralmente leva 3 dias de viagem do continente pra lá. Por isso os preços são elevados para tudo que se quer comprar. A água doce da ilha é da chuva, e a encanada é saloba, água marinha dessalinizada. A água encanada é limitada, então deve haver consciência no uso por parte de todos. A luz elétrica da ilha é produzida a partir de motores movidos a biodiesel, também racionada. Todas as casas possuem aquecimento solar de água.
Os turistas, que são os geradores de renda nessa economia que depende totalmente deles, passam em geral de 3 a 5 dias no arquipélago. Existem inúmeros pacotes de passeios, mergulhos, trilhas, e outras formas de desfrutar aquela natureza quase intocada. Atualmente grande parte dos visitantes possuem grande poder aquisitivo, e gastam com todo tipo de coisa, algumas bizarras, como alugar um buggy e andar de um lado para o outro da menor BR do Brasil, a BR363 com seus 7 kilômetros de distância.
Existem por outro lado os nativos e moradores da ilha que geralmente trabalham em alguma coisa ligada ao turismo ou para atendimento do turista. Quem não é da ilha e quer se passar por nativo eles chamam de "Rauli". A maioria dos nativos tem orgulho de o ser, e muitos fazem questão de constituir família e ficar por ali, saindo a passeio poucas vezes por ano ou sem sair da ilha. Eles são nordestinos humildes, que gostam da vida simples cercada por uma natureza abundante e pura. Gostam de surfar, mergulhar, dançar forró, reggae e até mesmo brega. O reggae noronhense, geralmente no estilo de Bob Marley e outros reggaes raíz é muito bom, e conta com autorias próprias. É frequente a festa e possui muito adeptos.
Fernando de Noronha teve fases que vieram desde a condição de presídio passando por centro de pesquisa e agora pólo turístico. É um lugar onde os grandes tubarões não atacam seres-humanos, pelo menos até onde se sabe. Lá pode-se ver tartarugas marinhas, grandes arraias, moréias, polvos e outra infinidade de animais e plantas marinhas. Em seus restaurantes existem de tudo, o tubarão também é servido das mais variáveis formas.
Ouvi falar da "Neoronha". Neorose provocada pela limitação da ilha, que geralmente aparece 3 meses depois que o indivíduo está na ilha consecutivamente. Alguns acostumam e ficam relaxados nessa condição por anos a fio, outros vão regularmente ao continente matar a saudade dos congestionamentos dentre outros males da chamada civilização.
Quem andou em suas estradas, picadas e trilhas seguras, se apaixonou. E não deixará de voltar a esse ambiente recheado de paz e tranquilidade.
Obrigado.
Dom

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