Não precisamos de ditadura do proletariado. Precisamos é de
amor. Amar muito mais o próximo. Agir com amor, com sentimento e consciência
coletiva.
Quando se gosta de alguém é que podemos respeitá-lo de
verdade, sermos justos com ele, ofertarmos o bem e não o mal. A ética não sustenta
uma boa convivência, o respeito só atura, o que também pode explodir num atrito
ao ultrapassar os limites da paciência.
Coletividade é uma palavra que precisa ser melhor debatida,
estudada. As pessoas que querem viver em coletivo, principalmente em cidades,
devem pôr em prática essa consciência diariamente.
Devemos deixar de lado o egoísmo, diminuir as desigualdades
sociais. Criar uma consciência mais amorosa, mais livre, menos controlada,
menos governada, nada manipulada. Chega de favoritismos ligados ao benefício
próprio sem visar o bem comum, o bem da humanidade.
Sou a favor de uma ultrademocracia, onde todos possam ter
voz, onde as pessoas conheçam seus representantes/líderes e confiem neles, que
se sintam representados de verdade. As pessoas comuns também devem participar
da política e economia da sociedade. Deveria haver um representante por rua
pelo menos, que nos representasse na Associação dos Moradores do bairro e o líder
deste nos representasse na Assembleia Municipal. Sem truques, tudo à vista,
tudo fiscalizado pela população.
A autogestão deve ser utilizada em todas as instituições que
devem existir se somente forem indispensáveis. Quanto menos institucionalizada a
sociedade, melhor. Tudo deve ser humanizado, tudo na sociedade deve ser o
reflexo do povo, da maioria, sem pudores, sem censura.
A verdade é que somos resultado de uma sucessão de costumes
e crenças, um legado de mortos que ainda estão vivos em nosso cotidiano. E é
tão difícil quebrar essa barreira, esse código moral que nos foi imposto, que
nos foi ensinados por nossos amados pais. Será que sobrevivemos sem essa moral?
E se o belo deixar de ser belo e o gostoso deixar de ser gostoso? Será isso
possível?
Nessa quebra de paradigmas, nessa revolução cultural o que
não faltam são os questionamentos, as dúvidas, as críticas. Afinal, será que
vamos enlouquecer? Será que iremos aguentar a pressão social, o isolamento?
Existe uma certeza. Não estamos sós nesse pensamento, nessa
contestação. Sempre haverá pessoas boas que lutam pelo bem comum, pela
felicidade geral, pelo amor. E é por isso que a luta não pode parar e a chama
da esperança deve brilhar mais forte. Unindo forças chegaremos lá.