quinta-feira, 1 de junho de 2017

O anarquismo e Nestor Machno

Lendo sobre o Movimento Anarquista nos deparamos com uma história muito interessante, a história de Nestor Machno e o Exército Negro. Era tempo de revolução na Rússia (1917), os socialistas tentavam derrubar os czares e acabar com o Império Russo. Dentro do grupo dos socialistas havia os bolcheviques, os trotskistas e os anarquistas, que agiam juntos contra o Exército Branco (exército imperial) e resistiam no território que seria no futuro a União Soviética.
Machno foi um dos comandantes do exército anárquico que botou para correr tanto o Exército Branco, como o Exército Vermelho (bolcheviques). O grande inimigo era o império, porém Machno desconfiava de Lenin e dos bolcheviques, pois a revolução era recente e ele não se agradava da organização dos comunistas que tinham sede de poder e buscavam uma ditadura do proletariado à sua maneira.
O Anarquismo teve raízes em algumas personalidades como Bakunin, Proudhon, Malatesta, Kropotkin e Emma Goldman. É um movimento anti-autoritário, contra a hierarquia, estado e concentração do poder. Já na I Internacional (Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), também conhecida como Primeira Internacional, foi uma organização internacional fundada em setembro de 1864. A primeira organização operária a superar fronteiras nacionais, reunindo membros de todos os países da Europa e também dos Estados Unidos) houve grande representatividade anarquista e debates acalorados com Marx. Um dos desentendimentos de Bakunin com Marx era que o primeiro discordava do direito à herança.
Revoltados e buscando uma autogestão onde não houvesse autoritarismo, os anarquistas da Ucrânia invadiram terras de ricos, distribuíram aos pobres e implantaram um governo onde todos participavam, onde todos trabalhavam, plantavam e colhiam. A terra era de todos e não havia chefe. Organizavam-se em Sovietes onde tomavam decisões políticas e administrativas conjuntamente sobre a sua comunidade.
Machno chama a atenção pelo apoio que teve da população, sendo jovem teve a audácia de enfrentar os bolcheviques e imperialistas e exigir independência organizativa perante os vermelhos. Escapou da morte algumas vezes e foi respeitado por Lenin e Trotsk. Durante três anos vingou a iniciativa machnovista e a Ucrânia viveu pela primeira vez na história à plenitude dos princípios do comunismo libertário, onde nenhuma autoridade externa teve poder ali.
Planejaram escolas de acordo com os métodos de Francisco Ferrer, um educador espanhol anarquista. Tinha como base a espontaneidade e a independência entre os alunos. Cada comuna possuía uma média de 300 pessoas. O Exército Insurgente chegou a ter 50 mil homens. Machno via no campo e na vida simples a única via para o anarquismo alcançar sua realização.

Trotsk foi canalha com os Insurgentes e armou ciladas para matar seus representantes e depois perseguir a população que não concordasse com ele. Machno conseguiu fugir para Paris onde morreu anos depois. Porém deixou, sem sombra de dúvidas, uma esperança para todos aqueles que acreditam que podemos viver felizes e com abundância sem o autoritarismo. 

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