terça-feira, 17 de julho de 2012

Martelo das Feiticeiras


O livro "O Martelo das Feiticeiras", também conhecido internacionalmente como "Malleus Maleficarum" foi escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger. Foi um dos mais importantes depositários das leis que vigoravam no Estado Teocrático. Era o livro usado como manual para o julgamento, tortura e morte das bruxas na Europa.
Ao longo de suas mais de 500 páginas percebemos que por medo da superioridade feminina, houve uma tentativa (bem sucedida) de sabotar as mulheres e as religiões que as favoreciam. Assim, as mulheres poderosas eram perseguidas.
Neste livro, a filosofia cristã é distorcida e o foco sobre a "Eva pecadora", a "Costela torta de Adão" cria um sentimento e menosprezo pela natureza feminina que é predisposta para o pecado, curiosa para as coisas do demônio como a cobiça, a vaidade, entre outros pecados.
Algumas características marcam a maioria das bruxas: elas voam cavalgando em demônios, elas praguejam abertamente contra pessoas, elas são temidas por seus poderes que seriam o de fazer chover ou o inverso, matar gado, adoecer as pessoas... Elas não frequentam a missa, transam com demônios, deixam os homens impotentes, se teletransportam, transformam os homens em bestas, roubam crianças e as cozinham num caldeirão para produção de uma pasta mágica, etc.
Detalhes sobre cada feitiço ou sua relação com Satanás, Lúcifer é descrito no livro.
É interessante notar que o texto abre algumas brechas para que o leitor veja erros dentro da organização eclesiástica, erros absurdos como bispos que possuem amantes bruxas e outros abusos cometidos pelos homens com as mulheres e que são acobertados pela Igreja Apostólica Romana.
A Demonologia é criada a partir do Malleus Maleficarum, onde é teorizado o papel dos anjos, assim como seus poderes e sua relação com Deus. Os teólogos escrevem sobre a natureza corpórea dos anjos, como eles fazem barulho mesmo não tendo pulmões, etc.
Algumas características das bruxas são comuns em culturas diferentes, porém o foco é colocado de forma diferente dependendo do olhar de quem escreve. Tudo é uma questão de ponto de vista.
O que não podemos ignorar são os pontos em comum.
O Malleus Maleficarum foi aprovado pelo corpo docente da Universidade de Colônia. O que prova que mesmo o dito conhecimento científico pode estar equivocado. É um ponto de vista.
Por isso a conclusão é: as bruxas existem.
E as perguntas que não querem calar: quem são elas? O que realmente podem fazer de extraordinário? Com qual intenção?
Obrigado.
Dom  

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