terça-feira, 14 de agosto de 2012

As primeiras religiões


Quando se estuda religiões primitivas, percebe-se que a simplicidade facilita a compreensão das formas elementares da vida religiosa. Émile Durkheim dedicou um livro somente para esse assunto, e entre outros sociólogos e filósofos, trouxe uma lógica bem interessante sobre as religiões.
Dentre as instituições que formam a cultura humana se encontra a religião. Crer é individual, porém realizar cerimônias públicas, criar vínculo com a rotina do grupo, é totalmente de caráter social. A religião é uma importante peça da sociedade humana e está interligada à outras instituições de homens.
O naturismo e o animismo são as duas religiões mais simples que existem. A partir delas que surgiram outras religiões, que foram se misturando e se tornando complexas.
O naturismo é culto à natureza, a divinização dos animais, das plantas, da água, da terra, do sol, da lua, dos ventos, das chuvas, etc. Nada mais lógico que dar uma extrema importância para esses elementos de que depende a vida humana. O sol faz brotar a planta que dá seu fruto para nos alimentar, a chuva a faz crescer, a lua influencia a pesca e as marés, a água pura nos mata a sede.
Existe algo mais amedrontador que uma tempestade ou terremotos, maremotos?
Essa dependência e temerosidade explica porquê o naturismo ainda é cultuado por muitas pessoas.
No naturismo não se distingue ao certo o profano do sagrado, o que torna mais óbvio que a junção dos dois é que constrói o todo, que deve haver o equilíbrio, que a morte é só o outro lado da moeda da vida.
O respeito pela natureza e o contato íntimo com ela nos abre os olhos para a vida e para nós mesmos.
O animismo é a crença em seres espirituais, almas, demônios, divindades propriamente ditas, agentes animados e que possuem consciência como o homem mas que se diferenciam pela natureza corpórea e dos poderes. Esses espíritos geralmente não são perceptíveis aos olhos humanos.
A alma não é um espírito. Não é objeto de culto. O animismo diz que a alma do homem tem vida própria, que ela pode sair do corpo e divagar sem a ajuda do corpo animal. Essa ideia surgiu pelas experiências vívidas que se têm ao sonhar. Acredita-se que os sonhos são experiências reais e que o “duplo”, o “outro eu” que é a alma, realmente esteve naqueles lugares e viveu aquela situação.
O culto às almas dos mortos só se dá posteriormente, e configura outra religião.
Quando nosso estudo se concentra no início das religiões, percebemos melhor como a fantasia trabalha na mente humana e a leva a se adaptar conforme a sua realidade. Mesmo a ciência como a entendemos hoje, é uma religião. Uma linguagem, uma forma de explicar as coisas desse planeta, da nossa vida. A caminhada continua, porque muita coisa ainda não deixou de ser mistério.

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