O antropólogo mais
famoso dos anos 1960 é indispensável na leitura de todo aquele que
se diz alternativo e de vanguarda, mente aberta e evoluída.
Castañeda fez seu PhD na Universidade da Califórnia (UCLA) e sua
tese defendida com êxito se transformou em um livro: “A Erva do
Diabo (do original em inglês: The Teachings of Don Juan).
A saga de Castañeda
com Don Juan, o mestre feiticeiro (brujo) se extende em 5 livros
sendo eles: A Erva do Diabo, Uma estranha realidade, Viagem a Ixtlan,
O segundo círculo do poder e Porta para o infinito. Nesses livros
Carlos narra a experiência de pesquisa (etnografia) e aprendizado
com um indío Yaqui no México, onde eles passam cinco anos juntos na
condição de mestre e aluno. No princípio Castañeda só estava
interessado no uso do Peyote, da datura e de certos cogumelos entre
os yaquis. Essas e outras plantas alucinógenas abriram para o autor
as portas da percepção, o iniciaram na conscientização e domínio
da realidade extraordinária, que foge dos limites e conceitos da
civilização ocidental. Daí ele passa a viver uma jornada
espiritual, estranha e às vezes apavorante, cheia de visões,
percepções extra-sensoriais; jornada esta que um homem deve
empreender para tornar-se um “homem de conhecimento”.
Carlos e Don Juan
partilharam de experiências psicodélicas e alucinógenas com
plantas, usadas em rituais indígenas. Em uma dessas experiências
Castañeda fez uma previsão de futuro, onde ele vê uma ladra de
livros. Essa experiência ajudou a UCLA a resolver o mistério do
roubo, fato registrado como verídico. Carlos aos poucos vai se
desapegando dos conceitos de vida e mundo ocidental e vai entrando de
cabeça no mundo da feitiçaria, realizando ao fim grandes prodígios
como levitar, se transformar em pássaro, teletransportar-se, entre
outros. Ele aprende a comer e até mesmo andar de forma diferente,
mais eficiente.
Em seus últimos livros
Castañeda narra experiências com outros bruxos e bruxas, onde
compartilham de conhecimentos e ideias similares. Ele trabalha a
ideia original de Nagual e Tonal (as duas dimensões que influenciam
a vida do homem). As formas de enxergar e lidar com o “Aliado”
também são exploradas.
Anos depois da coleção
de livros, Castañeda faz carreira em Los Angeles como professor de
danças xamânicas, danças energizantes que aprendeu com Don Juan.
Casa-se com uma filha adotiva bem mais nova que ele e outra discípula
dele, conhecidas carinhosamente com “irmãzinhas”. Dizem que
quando Carlos morreu, suas duas mulheres e discípulas se mataram,
por não terem mais alegria em viver sem ele. Sua ex-esposa (mãe do
filho dele) e eterna apaixonada, chora sua morte.
Castañeda ficou
milionário logo com o lançamento de seu primeiro livro em 1968, ano
em que o movimento hippie se alastrava pelos Estados Unidos e mundo.
Muitos leitores cruzavam a fronteira com o México procurando Don
Juan, ou alguma experiência parecida com xamanismo e plantas
alucinógenas, já que estavam desacreditados de toda a estrutura da
civilização ocidental que já provava ser fracassada.
Até que ponto estava
Carlos Castañeda certo?
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