Quem já fez a viagem
Brasil-Bolívia-Perú sabe do que se trata. Infelizmente Matchu
Picchu se transformou em uma Disneyandia Sul-Americana. Um lugar que
é conhecido por sua história antiga e de resistência, é um local
importante de visitantes esotéricos, que é tido como um patrimônio
da humanidade, hoje é usado como fonte de lucro para o governo do
Perú. Em Cusco, Lima, já podemos ver que esse é o principal
chamariz de turistas e o principal alvo do marketing peruano, estatal
ou privado.
Em Matchu Pitcchu,
atualmente, existem duas formas de se chegar lá: de minivan até a
hidroelétrica e depois a pé até Aguas Calientes por mais duas
horas e meia ou de trem partindo de Cusco ou partindo da
hidroelétrica. Aguas Calientes é um vilarejo que foi construído
como sede e suporte para as pessoas que vão visitar Matchu Picchu. O
trem é caro, voltado para o novo mercado que se abriu de ricos
“aventureiros”. Os mochileiros aos poucos vão perdendo espaço
para os clientes de pacotes turísticos caríssimos.
Opções são criadas
para que os ricos possam “desfrutar” das ruínas do império
Inca, como minivans que sobem a cada cinco minutos até na entrada
das ruínas, que ficam em cima de uma montanha. Ainda existe o
caminho tradicional que era percorrido pelos Incas que subiam a pé
até no cume da montanha. São uma hora e meia de subida por
escadarias de pedra, quarenta minutos para descer. É triste ver que
a experiência Inca tem sido sufocada pelo capitalismo. As pessoas
vão de trem, se hospedam em hotéis de luxo e sobem a montanha de
minivan, muitos nem conversam com os locais.
A entrada no parque
arqueológico é caríssima e é somente paga em dinheiro vivo.
Dinheiro vivo é outro grande problema que brasileiros enfrentam no
Perú. Infelizmente os bancos do Perú possuem más relações com o
bancos do Brasil (não sei se é somente os bancos), e por isso
existe dificuldade para sacar dinheiro: as vezes sai, as vezes não.
No Perú existe uma resistência ao uso do cartão de crédito. Dizem
que as taxas são altíssimas 10 a 15% e muitas pessoas nem saber
usar a máquina.
A experiência de
visitar outro país é riquíssima, aprende-se muito com a cultura,
com a história, é muito bacana admirar as paisagens, plantas e
animais locais diferentes, e é uma pena que o capitalismo force uma
situação que nos deixa uma má impressão do país. Rico: vá
esbanjar seu dinheiro em Miami, Beverly Hills ou outro centro de luxo
capitalista, não deturpe o que nos resta de interessante!