quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Disneylandia Sul Americana


Quem já fez a viagem Brasil-Bolívia-Perú sabe do que se trata. Infelizmente Matchu Picchu se transformou em uma Disneyandia Sul-Americana. Um lugar que é conhecido por sua história antiga e de resistência, é um local importante de visitantes esotéricos, que é tido como um patrimônio da humanidade, hoje é usado como fonte de lucro para o governo do Perú. Em Cusco, Lima, já podemos ver que esse é o principal chamariz de turistas e o principal alvo do marketing peruano, estatal ou privado.
Em Matchu Pitcchu, atualmente, existem duas formas de se chegar lá: de minivan até a hidroelétrica e depois a pé até Aguas Calientes por mais duas horas e meia ou de trem partindo de Cusco ou partindo da hidroelétrica. Aguas Calientes é um vilarejo que foi construído como sede e suporte para as pessoas que vão visitar Matchu Picchu. O trem é caro, voltado para o novo mercado que se abriu de ricos “aventureiros”. Os mochileiros aos poucos vão perdendo espaço para os clientes de pacotes turísticos caríssimos.
Opções são criadas para que os ricos possam “desfrutar” das ruínas do império Inca, como minivans que sobem a cada cinco minutos até na entrada das ruínas, que ficam em cima de uma montanha. Ainda existe o caminho tradicional que era percorrido pelos Incas que subiam a pé até no cume da montanha. São uma hora e meia de subida por escadarias de pedra, quarenta minutos para descer. É triste ver que a experiência Inca tem sido sufocada pelo capitalismo. As pessoas vão de trem, se hospedam em hotéis de luxo e sobem a montanha de minivan, muitos nem conversam com os locais.
A entrada no parque arqueológico é caríssima e é somente paga em dinheiro vivo. Dinheiro vivo é outro grande problema que brasileiros enfrentam no Perú. Infelizmente os bancos do Perú possuem más relações com o bancos do Brasil (não sei se é somente os bancos), e por isso existe dificuldade para sacar dinheiro: as vezes sai, as vezes não. No Perú existe uma resistência ao uso do cartão de crédito. Dizem que as taxas são altíssimas 10 a 15% e muitas pessoas nem saber usar a máquina.
A experiência de visitar outro país é riquíssima, aprende-se muito com a cultura, com a história, é muito bacana admirar as paisagens, plantas e animais locais diferentes, e é uma pena que o capitalismo force uma situação que nos deixa uma má impressão do país. Rico: vá esbanjar seu dinheiro em Miami, Beverly Hills ou outro centro de luxo capitalista, não deturpe o que nos resta de interessante!

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