O protestantismo teve papel importante no desenvolvimento e fortalecimento do capitalismo. Martinho Lutero pregou a interpretação pessoal da leitura da Bíblia, pregou a independência espiritual do ser-humano, onde ninguém necessitaria recorrer à algum sacerdote ou instituição religiosa para obter perdão de seus pecados e a salvação de sua alma.
João Calvino desenvolveu a idéia da salvação predestinada, ou seja, que a pessoa ja nascia para ser salva ou para ir para a perdição eterna, e que o sinal que diferenciava os salvos e os condenados era a sua condição social. Se fosse rico seria salvo, senão a destruição eterna o aguardava. Essa idéia agradou muito a burguesia, e estimulou a busca por enriquecimento e acúmulo de riquezas. Atualmente essa admiração pela riqueza, pela condição social do rico, se desprendeu do protestantismo e incorporou-se no sistema capitalista, sistema esse que apóia o acúmulo de bens e o consumo desenfreado independente de religião.
O lucro, o juros, a exploração da mão-de-obra do trabalhador passam a não serem mais mal-vistos, e o convívio cotidiano com essas práticas não pesaram mais na consciência da população desde então.
Max Weber escreveu uma tese dizendo que o desenvolvimento econômico dos países ocidentais está atrelado à ética do protestantismo. Ele afirma que os países que adotaram o protestantismo, foram os que mais rápido se desenvolveram na lógica capitalista de produção, e que os levaram a serem potências econômicas na atualidade. Já os países que permaneceram católicos não se desenvolveram tanto, localizando-se na periferia do sistema capitalista contemporâneo. Podemos afirmar mesmo após posteriores controvérsias, que existe sim uma influência do protestantismo no espírito capitalista, visto suas crenças e a grande influência que esses dogmas exercem sobre os fiéis.
A Contra-Reforma, movimento de resposta e ataque ao protestantismo pela Igreja Católica, também ajudou a fortalecer o sistema capitalista, pois com o objetivo de conquistar novos fiéis, incentivou e investiu nas navegações ultra-marinas, promovendo comércio internacional e exploração de mão de obra. Levou junto com a religião, ideais europeus, sendo o modelo econômico um deles.
O espírito individualista que o protestantismo trouxe, promoveu a liberdade do indivíduo, onde a pessoa podia ter sua religião, seus ideais, sua forma autêntica de ver e interpretar a vida, e ser respeitado por isso. Esse respeito pela liberdade (incluindo liberdade de comércio) foi um chamariz para a burguesia que era pressionada em países católicos, onde suas práticas não eram bem vistas. Alguns poderosos homens de negócio da Europa se refugiaram em países protestantes por serem eles um ambiente mais seguro, onde puderam ampliar e fixar seus negócios com tranquilidade.
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