Passei alguns dias em Trindade, praia de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, final de 2010.
Belas praias que a circundavam, geralmente pouco visitadas, o que ajuda a preservá-las. Água limpa, com grande variedade de vida marinha. Trindade é cercada de altos morros e montanhas onde se localiza uma reserva ambiental, onde não se pode arrancar mais nenhuma árvore sem autorização da polícia ambiental. Existe um morro bem íngreme por onde passam pessoas e carros para chegar até lá, e pela dificuldade que é subir por ele chama-se "deus me livre".
Trindade é um lugarejo pequeno, onde não havia banco, nem loteria, e somente um mercadinho. Está localizado à 17 kilômetros de Paraty. Foi fundado por pescadores nativos (estes dizem ser descendentes de piratas), e muitos hippies que aí chegaram por volta do final dos anos 1960. Era um refúgio à vida moderna, não havia nem luz, nem telefone por lá naquela época. A simplicidade imperava por lá. E assim se criou toda uma cultura local.
Aos poucos foram chegando também alguns burgueses e capitalistas, que como praga, estão sempre presentes. Mas ainda resistem ali muitos hippies com seus trabalhos manuais e pequenos sítios onde plantam, colhem, e constroem. Muitos deles construiram sua própria casa, cada um com sua técnica de construção. Algumas casas de madeira, outras de pau-a-pique, outras de alvenaria. Modelos diferentes e exóticos. Construindo aos poucos sem pressa, com o dinheiro que ganham.
Em meio à natureza pude encontrar muita mata bonita, com animais e cachoeiras à beira-mar. è muito fácil encontrar nascentes por mata adentro, mesmo perto da praia. Região de clima agradável, húmido e de mata atlântica. Ali perto, à menos de 100 kilômetros se encontram as usinas nucleares de Angra.
A diversão diária, além de banhar-se no mar, era de fazer trilhas na mata, banhar-se nas cachoeiras e escorregar em pedras que formavam escorregadores naturais. Comemos comidas típicas locais, geralmente pescados por nossos amigos pescadores locais.
Conheci também um lugarejo que fica entre Trindade e Paraty chamado "Corisco", onde ficamos mais alguns dias, aproveitando cachoeiras, desbravando matas com um índio e um sueco,e fazendo chapate.
É muito agradável poder desfrutar de uma vida junto a natureza e sentir a divindade de uma forma natural, acompanhado de amigos que vivem de forma alternativa (na verdade o que seria o normal para o homem)
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