Era início de 2007 quando resolvemos viajar para o Uruguay entre três amigos num fusca 1967.
Tinha juntado uma grana ao longo dos anos e pretendia gastar ja que estava formado, e dali pra frente ganharia bem e não importaria com a quantia, pensei: vou fazer uma aventura de despedida da vida de boemia. hehehe
Um dos amigos, o Edson, tinha um carro mas mesmo assim incentivou a viagem de fusca. Decidimos que seria mais barato o prejuízo do fusca do que do outro. E acordamos em dividir as despesas do fusca durante o trajeto. O trajeto seria pausado, não dirigiríamos por muitas horas seguidas e aproveitaríamos pra conhecer cidades do sul do Brasil.
Na primeira estrada que pegamos ja deu problema: com o vácuo da carreta que vinha na mão oposta, a minha prancha recém comprada voou levando os "racks" junto pra debaixo do caminhão que vinha atrás, e que virou pastel no mesmo momento. Por sorte não havia nenhum motoqueiro atrás. Doei a prancha pra um surfista e morador local. Depois ocorreu um problema no carro e tivemos que parar num posto as pressas para "tirar o ar do freio". Porém a viagem sempre contava com um ambiente descontraído entre amigos, no som sempre um bom reggae ou rock.
A primeira cidade em que paramos foi Garopaba, pela qual senti uma simpatia muito grande. Nos hospedamos na praia da ferrugem, que é afastada e fora de temporada diminui drasticamente sua população. Não era o nosso caso. Era alta temporada e tinha muitos turistas, inclusive, muitos malucos de BR. Fizemos trilhas, curtimos shows de reggae e fomos picados por mosquitos. hehehe
Depois de dois dias nos chalés, seguimos viagem e fomos em direção de Torres, Rio Grande do Sul. Em torres, conhecemos a cidade, a praia, a "noite" da cidade, fizemos trilha... Cidade muito bonita, pessoas bonitas, educadas, teve azarações e cantadas de homens gays ou bissexuais, o que na minha opinião foi lamentável. Depois de dois dias no camping, seguimos viagem para Porto Alegre e na Freeway o fusca começou a ter outro problema. O desgraçado do antigo proprietário tinha desmontado o motor e quando remontou não colocou todos os parafusos e o motor estava solto. Resultado: o fusca não passava de sessenta quilômetros por hora. hehehe
Nos hospedamos em um hotel e conhecemos a cidade, andamos pelas ruas, conhecemos museus, praças, parques, bares... Simpatizamos com as gaúchas, principalmente, que desde o início nos recepcionaram muito bem. Arrumamos o fusca e depois de dois dias hospedados em um bom hotel seguimos em direção a praia do cassino, localizada perto de Rio Grande.
A praia do cassino é atravessada por carros que percorrem quilômetros pelas areias praianas. Quando ficamos por lá, percebemos que havia muitas famílias. É um vilarejo, cidade pequena de veraneio. Passamos uma noite e decidimos partir Rumo ao Chuí. Um episódio interessante desse período foi que conhecemos dois camaradas que estavam indo para o Uruguay também, só que de carona. Enquanto trocávamos idéias fomos surpreendidos pela guarda local que nos revistou. Fui revistado rigidamente por uma policial feminina, que sorriu ao perceber que éramos pessoas do bem.
Quando amanheceu o dia, decidimos pegar a estrada mas aquele dia parecia não estar ao nosso favor. Quando dava ré no fusca em um posto, um ignorante de carros antigos atravessou minha traseira e bateu em nosso carro. Ele ignorava que o carro não possuía sinal de ré. Depois de discutir inutilmente, cada um partiu para seu lado e depois de 2 dias no camping partimos rumo ao Chuí. Sempre apertados de grana, gastando somente na medida do possível, não enchemos o tanque esperançosos que a frente haveria combustível mais em conta. Fomos em direção a reserva do Chuí onde depois de duzentos quilômetros sem ver posto, ficamos parado a beira da estrada por falta de gasolina. Arranjamos galão e fui pedir carona na estrada.
Depois de muito tempo consegui carona com moço que tinha a mesma faixa de idade e estava transportando toras de madeira em sua carreta. Depois de umas 3 a 4 horas cheguei de volta a Rio Grande onde enchi o galão e fui buscar carona com quem voltar. Depois de algumas horas consegui com a ajuda de uma comerciante carona com outro caminhoneiro. O caminhoneiro me contou histórias de viagens para o Uruguay, e de como as coisas eram por lá. Perguntei sobre cidades praianas e ele me aconselhou La Paloma, como cidade frequentada por muitos jovens.
Quando chegamos ao fusca havia outro problema: o pneu estava murcho. Depois de horas tentando manipular aquele aparelho arcaico conseguimos levantar o carro e trocar o pneu. Andamos mais alguns quilômetros, abastecemos e quando anoiteceu ocorreu o pior: estourou o step. hehehe
Por nossa sorte achamos um posto em seguida e ja entramos dentro. Lá não podia acampar, mas como não havia borracheiro no momento na borracharia, não havia outra alternativa a não ser dormir lá aquela noite. Armamos a barraca, fizemos fogueira, comemos, conversamos, cantamos... O que podia ser um pesadelo, tornou-se um momento prazeroso.
No dia seguinte bem cedo, levantamos acampamento e fomos conversar com o borracheiro, que prontamente arrumou nosso pneu e nosso step. Mais trade nos lembramos desse personagem. Chegamos no Chuí e percebemos que o fusca estava perdendo muito óleo e que faltava um rejunte. Em poucas horas resolvemos o problema. Partimos para fronteira onde fizemos nosso seguro, almoçamos e conhecemos a cidade que mais tarde compraríamos bugigangas.
Partimos rumo a Republica Oriental del Uruguay e fomos abordados pela aduana. Para nosso espanto, Juliano não havia trazido seu RG, documento necessário para entrar nos países do Mercosul. Agora ou ele ficava no Brasil ou "conversava" com as autoridades estrangeiras.
Depois de solucionada a questão e com algum dinheiro a menos no bolso, partimos para La Paloma. As estradas eram bonitas, simples, mas bem cuidadas. Começamos a utilizar nossos pesos e cartões de crédito. Antes de chegar em La Paloma ao entardecer, estoura outro pneu.
estávamos perto de uma ponte de passagem única e apertados no canto da estrada com muita dificuldade conseguimos trocar o pneu. Chegamos finalmente a La Paloma e gostamos muito da energia do local. Havia campings enormes cheios de jovens acampados passando o verão, que aliás estava ótimo aquele ano. Conseguimos vaga em um super camping onde passamos três noites, conhecemos pessoas, aproveitamos belos dias de sol junto a praia, comemos comidas típicas, experimentamos vinhos, cervejas, fomos em bares e danceterias. Quando estávamos armando as barracas, Edson insistentemente pediu para que chegasse mais perto do local escolhido para retirar as coisas, mas como havia advertido, o terreno arenoso fez com que o fusca atolasse e mais tarde só foi removido com trator já que o cabo do acelerador havia estourado nas tentativas frustradas de sair do atoleiro. No último dia conseguimos instalar um novo cabo de acelerador no carro e consertar o pneu estourado. O velho borracheiro nos advertiu que o borracheiro de Chuí tinha trapaceado e posto uma câmera menor em nosso pneu e que seria inevitável o que aconteceu. Meus colegas conheceram o pancho (cachorro quente uruguayo), e conhecemos juntos as baladas locais, movidas a cerveja e muita dança regional.
Desde o início fomos bem recebidos por nossas vizinhas "uruguayas", que se mostraram bem interessadas.
Decidimos partir para Montevideo onde tentaríamos encontrar meu amigo Juan Carlos que havia conhecido no ano anterior, quando passei um mês na capital uruguaia praticando o espanhol. Pegamos boas rodovias e chegamos a noite em Montevideo e decidimos dormir no albergue aquela noite. Passeamos e fomos na casa de Juan. Ele estava lá e depois de conversarmos, ele nos convidou pra dormir lá. O porão de Juan ainda estava em reforma mas deu pra passar 3 noites. Conhecemos a cidade, parques, praia, acompanhamos os desfiles de carnaval, comemos "parrillada", tomamos vinho, fomos na feira de rua, conhecemos a noite, a banda do Juan. Aconteceu de termos de trocar outro pneu do fusca e que interessantemente era sempre o da mesma posição.
Depois de alguns dias conhecendo a cidade decidimos fazer o caminho de volta.
Fomos em direção a Punta del Leste, onde decidiríamos dormir ou não. Chegamos a tarde e decidimos conhecer um dos shoppings da cidade onde também havia um belo cassino. Jogamos um pouco nos caça-níqueis e perdemos tudo. hehehe Como Punta del Leste é uma cidade reservada a turismo de classe alta e tudo parecia caro, decidimos partir para Punta del Diablo, cidade litorânea indicada por Juan e seus amigos.
Fomos pegar um atalho e acabamos numa estrada de terra de uns vinte quilômetros. Chegando na cidade fomos buscar onde ficar e comida. Lá era tudo muito alternativo, as construções eram toscas e simples. Um clima jovial e pacífico reinava por ali. Dormimos uma noite em um casebre que dava até medo. hehehe Era praticamente uma barraca de madeira erguida do chão com telhado de palha. Os dias eram ensolarados e a água do mar estava boa para banho. Ali se encontravam jovens uruguaios que possuíam uma filosofia estilo hippie de vida. Se reuniam em grupos a noite, bebiam vinho e fumavam. Eu e Edson deixamos Juliano no acampamento, pois ele tinha hábitos mais diurnos que noturnos e por isso dormia cedo. Seguimos para uma das festas locais, onde encontramos uma "boate" que era aberta ao público e tocava musicas locais, alguns rocks, reggaes... Um clima cordial reinava por ali.
Pela manhã partimos rumo ao Brasil. Queríamos dormir em São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, cidade localizada a beira da lagoa dos patos, que não conhecia até então. Ficamos algumas horas em Chuí, o necessário para fazer umas compras. Compramos cartas de baralho espanhol, absinto, tabaco uruguaio, entre outras coisas. Chegamos em São Lourenço do Sul e nos instalamos num chalé perto da lagoa. A lagoa é enorme, parece mar. Jantamos em um restaurante bom e como era caro não queríamos pagar, eu e Edson fugimos primeiro e deixamos Juliano pra trás. Ele não resistiu a consciência e decidiu pagar por todos nós. hehehe
No outro dia passeamos pela cidade que não era muito grande e que concentrava mais famílias gaúchas. Sem ter muito o que fazer, seguimos viagem no outro dia pela manhã até a cidade de Guaíba-RS onde percorremos a orla do rio Guaíba e Edson insistia em passarmos a noite em uma balada da cidade. Antes tivéssemos passado. Eu fiquei contrariado com aquela ideia e fui para o fusca com a intenção de ir dormir em algum posto antes da Porto Alegre. Pegamos um caminho que foi parar diretamente dentro de Porto Alegre e que só conseguimos achar posto de beira de estrada na Free Way. Resultado: o gerente do posto não queria deixarnos dormir ali, somente dentro do carro, se quiséssemos. Como não cabíamos os três dentro do fusca, decidimos armar acampamento assim mesmo, no que fomos posteriormente alertados pelo segurança e tivemos que sair em meio a chuva para arma-la fora do terreno do posto, quase na beira da estrada. Como estava cansado, não quis nem saber. O problema é que até ali não tínhamos testado a capacidade impermeável de nossas barracas, que naquela noite criou goteiras geladas ao nosso lado quando dormíamos. Não aguentei aquilo por muito tempo e quando foi bem cedo levantamos acampamento e fomos em direção a Florianópolis.
Perto de Criciúma tivemos que parar o fusca pois estava cheirando bateria forte e mal sabíamos que aquele modelo precisava de água. Brincávamos que a bateria estouraria na bunda do Juliano, já que ele ia no banco de trás em cima do mesmo. hehehe
Depois da água colocada, partimos para Floripa e quando estávamos próximo a Garopaba, uma carreta jogou uma pedrinha no pára-brisa do fusca o que o fez estilhaçar e nos assustou muito. Paramos numa borracharia de beira de estrada e tiramos os vidros de dentro do carro e seguimos viagem felizes por não ter acontecido nada conosco. Ficamos alguns dias na casa em que o Juliano morava com mais dois colegas, localizado na Praia do Morro das Pedras, Sul da ilha. Foram belos momentos de surfe e sociais alternativos naquela casa, em um tempo que não volta mais.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Relato de viagem à aldeia Carajá, Mato Grosso
A viagem ocorreu ja faz um tempo: vivíamos em Maringá no ano de 2002 e estudávamos no IAP, um internato misto religioso. Conhecemos o filho do Cacique da tribo Carajá dos altos do rio Araguaia, o Hioló. Ele também tinha uma irmã que estudava conosco no internato,chamava-se Narúbia. O Hioló era um rapaz simpático que tinha amor pela tribo e pela cultura carajá e tinha vontade de se formar médico para ajudar sua tribo, além de ser cacique, como a cultura hereditária manda.
Era férias de junho e resolvemos passar uns dias na tribo. Para mim que saí de Campo Grande-MS foi uma viagem longa: quase 40 horas de viagem até o nordeste do Mato Grosso, divisa com Tocantins.
Os outros amigos Ricardo e Harvey vieram do nordeste brasileiro, cortando Brasil adentro com intenção de chegar a São Félix do Araguaia-MT. Chegaram a dormir na rodoviária de uma cidade interiorana do Tocantins.
Outra aventura interessante foi o fato de pagar dois mototaxis para atravessar uma mata através de uma picada que era apontada como estrada alternativa na época da seca, já que na época de chuvas ficava submersa. Os motoqueiros guardaram seus revolveres na cintura e tiveram que usar mais tarde matando jacarés na atravessia de um rio sem ponte.
Tive um companheiro de poltronas que me contou histórias variadas sobre a região, casos com adolescentes, era um gaúcho que vinha do sul pra passar uns tempos pela região.
Chegando lá fiquei numa casa de uma senhora amiga do cacique Werreriá. No outro dia fui até a sede da Funai onde esperei até o momento que Hioló chegou e subimos o rio de voadeira. Mais de duas horas de viagem.
Aprendi a primeira lição aquele dia: índio não tem noção de tempo como os brancos. É manhã, tarde e noite. Não existe horas. E são bem tranquilos também.
João Werreriá morava numa vila próxima da tribo e sua família vivia numa casa boa. Fomos pescar, fomos na cidade andar a toa, passamos alguns dias na tribo, fomos pintados pelas índias.Pinturas com uma tintura natural de plantas do norte brasileiro.
Na pescaria, pude perceber como os índios não aceitavam pescar piranha: retiravam o anzol e jogavam o peixe de volta ao lago, onde além delas tinha jacarés e cobras. Assamos os peixes a moda indígena, na beira do lago numa fogueira sobre uma grelha improvisadas com gravetos retirados da mata que nos cercava. Um episódio interessante foi termos carregado nosso amigo Ricardo nas costas pela trilha até o lago e depois de volta até o rio Araguaia. Foi o "revesamento de ricardo". Ele tinha pulado no rio e foi justamente em cima de um barranco dentro do Araguaia, onde se machucou.
Conhecemos os locais (ribeirinhos da região), fomos em festas na beira do rio, eram os "festivais de praias" onde tinha música sertaneja e forró. Eu tinha aprendido a dançar forró a pouco tempo e já pude praticar com as mato grossenses.
A volta para o Sul do Brasil foi emocionante. Queríamos chegar em Maringá de carona. Fomos pra São Félix do Araguaia e nos dirigimos ao posto de gasolina para pedirmos carona aos viajantes. Pegamos carona com uma camioneta ate uma cidade a 200km dali. A BR não era asfaltada e o pó subia. Passamos por dentro de um rio porque a ponte tinha quebrado. Ficamos o dia inteiro parados num posto da cidade até que decidimos pegar um ônibus até a cidade maior mais próxima. Na viagem decidimos dormir e não descer em nosso destino andando uns 400km de graça. Ficamos umas 5 horas parados em Água Boa, tomamos banho num posto, almoçamos e pegamos um ônibus até Goiânia onde encontramos nosso amigo Serginho, que tinha estudado com a gente, e morado em nosso quarto no IAP. Ficamos na casa dele, conversamos bastante e nos dirigimos na manhã seguinte pra rodoviária onde pegamos um ônibus para Maringá. Chegamos em Maringá de madrugada e tivemos que dormir umas 4 horas lá pra poder pegar o ônibus para Floresta na manhã seguinte. E assim terminou nossa aventura.
Era férias de junho e resolvemos passar uns dias na tribo. Para mim que saí de Campo Grande-MS foi uma viagem longa: quase 40 horas de viagem até o nordeste do Mato Grosso, divisa com Tocantins.
Os outros amigos Ricardo e Harvey vieram do nordeste brasileiro, cortando Brasil adentro com intenção de chegar a São Félix do Araguaia-MT. Chegaram a dormir na rodoviária de uma cidade interiorana do Tocantins.
Outra aventura interessante foi o fato de pagar dois mototaxis para atravessar uma mata através de uma picada que era apontada como estrada alternativa na época da seca, já que na época de chuvas ficava submersa. Os motoqueiros guardaram seus revolveres na cintura e tiveram que usar mais tarde matando jacarés na atravessia de um rio sem ponte.
Tive um companheiro de poltronas que me contou histórias variadas sobre a região, casos com adolescentes, era um gaúcho que vinha do sul pra passar uns tempos pela região.
Chegando lá fiquei numa casa de uma senhora amiga do cacique Werreriá. No outro dia fui até a sede da Funai onde esperei até o momento que Hioló chegou e subimos o rio de voadeira. Mais de duas horas de viagem.
Aprendi a primeira lição aquele dia: índio não tem noção de tempo como os brancos. É manhã, tarde e noite. Não existe horas. E são bem tranquilos também.
João Werreriá morava numa vila próxima da tribo e sua família vivia numa casa boa. Fomos pescar, fomos na cidade andar a toa, passamos alguns dias na tribo, fomos pintados pelas índias.Pinturas com uma tintura natural de plantas do norte brasileiro.
Na pescaria, pude perceber como os índios não aceitavam pescar piranha: retiravam o anzol e jogavam o peixe de volta ao lago, onde além delas tinha jacarés e cobras. Assamos os peixes a moda indígena, na beira do lago numa fogueira sobre uma grelha improvisadas com gravetos retirados da mata que nos cercava. Um episódio interessante foi termos carregado nosso amigo Ricardo nas costas pela trilha até o lago e depois de volta até o rio Araguaia. Foi o "revesamento de ricardo". Ele tinha pulado no rio e foi justamente em cima de um barranco dentro do Araguaia, onde se machucou.
Conhecemos os locais (ribeirinhos da região), fomos em festas na beira do rio, eram os "festivais de praias" onde tinha música sertaneja e forró. Eu tinha aprendido a dançar forró a pouco tempo e já pude praticar com as mato grossenses.
A volta para o Sul do Brasil foi emocionante. Queríamos chegar em Maringá de carona. Fomos pra São Félix do Araguaia e nos dirigimos ao posto de gasolina para pedirmos carona aos viajantes. Pegamos carona com uma camioneta ate uma cidade a 200km dali. A BR não era asfaltada e o pó subia. Passamos por dentro de um rio porque a ponte tinha quebrado. Ficamos o dia inteiro parados num posto da cidade até que decidimos pegar um ônibus até a cidade maior mais próxima. Na viagem decidimos dormir e não descer em nosso destino andando uns 400km de graça. Ficamos umas 5 horas parados em Água Boa, tomamos banho num posto, almoçamos e pegamos um ônibus até Goiânia onde encontramos nosso amigo Serginho, que tinha estudado com a gente, e morado em nosso quarto no IAP. Ficamos na casa dele, conversamos bastante e nos dirigimos na manhã seguinte pra rodoviária onde pegamos um ônibus para Maringá. Chegamos em Maringá de madrugada e tivemos que dormir umas 4 horas lá pra poder pegar o ônibus para Floresta na manhã seguinte. E assim terminou nossa aventura.
domingo, 20 de outubro de 2013
A Justiça e a punição
O filósofo Platão, que viveu no século IV a.C na Grécia antiga, era contra qualquer tipo de justiça que estivesse estruturada sobre uma paixão. Para ele a razão deveria nortear as formas de se fazer justiça, assim como orientar o comportamento do homem. Platão era contra a maneira como os sofistas agiam; eles eram pagos para utilizar seus dotes de oratória para favorecer interesses privados na democracia ateniense, onde essa técnica era bem aceita. Em um diálogo entre seu professor Sócrates e Glauco (irmão de Platão), entre outras pessoas presentes, Glauco disse que a justiça somente é praticada, porque as pessoas tem medo do castigo, se forem consideradas injustas.
Na atualidade, onde o capitalismo de consumo desenfreado incentiva o individualismo, o pensar em sí vem em primeiro lugar; para muitas pessoas é o pensamento reinante. Dessa forma o raciocínio é fazer o que mais traga vantagem para o indivíduo. Para muitos, as paixões falam mais alto que a razão, e não poderia ser diferente com relação à justiça, ao bem comum. Poucos são os que levam em consideração a sociedade, que negam suas paixões em favor do grupo.
O mito do Anel de Giges, narrado por Glauco no mesmo episódio do diálogo com Sócrates, conta sobre um homem que na posse de um anel, encontrado na mão de um homem morto no deserto, poderia se tornar invisível aos outros homens quando o mexesse. Sendo assim, o mais rápido que pode, ele seduziu a rainha, confabulou com ela, atacou e matou o rei, tomando-lhe o trono. Para provar sua tese, Glauco citou que nenhum homem justo deixaria de trazer benefícios para sí possuindo essa condição de superpoder. Glauco finaliza com sua máxima de que o homem só pode ser justo por imposição, já que a injustiça traz mais vantagens para o indivíduo (quando não há punição).
O filósofo inglês Thomas Hobbes, que viveu no século XVII, preocupado em ser realista na sua teoria política, desmentiu Aristóteles, dizendo que não somos animais políticos. Afirmou que a natureza humana é belicosa, que o Estado é criação do homem e é artificial, e que a autoridade do governante é consequência do pacto social que é feito entre os homens. Esse pacto é realizado no intuito de se viver em harmonia e paz na sociedade. Hobbes cita que o Estado serve para reprimir e conter as paixões dos homens, já que a noção de bom e de ruim é subjetiva. O pensador reitera que estando os homens em estado de natureza (fora da sociedade), existiria uma guerra constante de todos contra todos, onde todos viveriam em igualdade, disputandoas mesmas coisas, sem regras, sem uma justiça comum, mantendo sempre desconfiança um do outro.
Hobbes acreditava que as paixões influenciam e muito as pessoas no estado civil, principalmente o medo da morte e a esperança em uma vida confortável. Inclusive ele cita que o pacto social precisa da "espada" para poder ser respeitado. Hobbes assim como Glauco acreditam que a justiça deve ser imposta aos seres humanos, para que funcione. É o interesse individual, ou seja, o medo da punição, trabalhando em prol da coletividade, que seria a justiça.
Na atualidade, onde o capitalismo de consumo desenfreado incentiva o individualismo, o pensar em sí vem em primeiro lugar; para muitas pessoas é o pensamento reinante. Dessa forma o raciocínio é fazer o que mais traga vantagem para o indivíduo. Para muitos, as paixões falam mais alto que a razão, e não poderia ser diferente com relação à justiça, ao bem comum. Poucos são os que levam em consideração a sociedade, que negam suas paixões em favor do grupo.
O mito do Anel de Giges, narrado por Glauco no mesmo episódio do diálogo com Sócrates, conta sobre um homem que na posse de um anel, encontrado na mão de um homem morto no deserto, poderia se tornar invisível aos outros homens quando o mexesse. Sendo assim, o mais rápido que pode, ele seduziu a rainha, confabulou com ela, atacou e matou o rei, tomando-lhe o trono. Para provar sua tese, Glauco citou que nenhum homem justo deixaria de trazer benefícios para sí possuindo essa condição de superpoder. Glauco finaliza com sua máxima de que o homem só pode ser justo por imposição, já que a injustiça traz mais vantagens para o indivíduo (quando não há punição).
O filósofo inglês Thomas Hobbes, que viveu no século XVII, preocupado em ser realista na sua teoria política, desmentiu Aristóteles, dizendo que não somos animais políticos. Afirmou que a natureza humana é belicosa, que o Estado é criação do homem e é artificial, e que a autoridade do governante é consequência do pacto social que é feito entre os homens. Esse pacto é realizado no intuito de se viver em harmonia e paz na sociedade. Hobbes cita que o Estado serve para reprimir e conter as paixões dos homens, já que a noção de bom e de ruim é subjetiva. O pensador reitera que estando os homens em estado de natureza (fora da sociedade), existiria uma guerra constante de todos contra todos, onde todos viveriam em igualdade, disputandoas mesmas coisas, sem regras, sem uma justiça comum, mantendo sempre desconfiança um do outro.
Hobbes acreditava que as paixões influenciam e muito as pessoas no estado civil, principalmente o medo da morte e a esperança em uma vida confortável. Inclusive ele cita que o pacto social precisa da "espada" para poder ser respeitado. Hobbes assim como Glauco acreditam que a justiça deve ser imposta aos seres humanos, para que funcione. É o interesse individual, ou seja, o medo da punição, trabalhando em prol da coletividade, que seria a justiça.
sábado, 12 de outubro de 2013
Solidariedade entre os homens por Durkheim
Na obra "Da divisão do trabalho social", Durkheim diz que a sociabilidade depende da divisão do trabalho como função e que é através dela que as pessoas se integram a grupos de outras pessoas e desenvolvem o sentimento de solidariedade mútuo. Para comprovar isso, o autor compara e classifica vários tipos de solidariedades existentes.
Durkheim cria dois segmentos da solidariedade: a solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. A solidariedade mecânica une as pessoas com a sociedade, une pela igualdade entre os indivíduos, igualdade em sentimentos e coerência entre si nas crenças e tradições. Ela ocorre em sociedades tradicionais, onde o grupo é pequeno e igualitário. A solidariedade orgânica é mais simples, pois nela a consciência coletiva é um elemento que faz parte da divisão do trabalho. Nela cada indivíduo exerce uma função na sociedade, como num organismo (influência naturalista e biológica) onde cada um integra o todo. O consenso entre todos os indivíduos é a sobrevivência da sociedade. A solidariedade orgânica ocorre em sociedades modernas, complexas.
Na transição da solidariedade mecânica para a orgânica é que surge a consciência individual.
Se não ocorrer a evolução da solidariedade mecânica para a orgânica se estabelecerá o individualismo. Deve haver um equilíbrio entre a consciência individual e o coletivo para se alcançar a consciência coletiva das sociedades modernas. Durkheim afirma que o certo e o errado, o bem e o mal são ideias que se formam na consciência coletiva e não na individual.
A moral e o direito são determinantes no estabelecimento de regras regulamentadoras da sociedade complexa.
Durkheim acredita que a divisão do trabalho é a realização da felicidade entre as pessoas, é o desejo de aumentar a produção coletiva; pensamento que contraria os contratualistas e economistas.
Durkheim cria dois segmentos da solidariedade: a solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. A solidariedade mecânica une as pessoas com a sociedade, une pela igualdade entre os indivíduos, igualdade em sentimentos e coerência entre si nas crenças e tradições. Ela ocorre em sociedades tradicionais, onde o grupo é pequeno e igualitário. A solidariedade orgânica é mais simples, pois nela a consciência coletiva é um elemento que faz parte da divisão do trabalho. Nela cada indivíduo exerce uma função na sociedade, como num organismo (influência naturalista e biológica) onde cada um integra o todo. O consenso entre todos os indivíduos é a sobrevivência da sociedade. A solidariedade orgânica ocorre em sociedades modernas, complexas.
Na transição da solidariedade mecânica para a orgânica é que surge a consciência individual.
Se não ocorrer a evolução da solidariedade mecânica para a orgânica se estabelecerá o individualismo. Deve haver um equilíbrio entre a consciência individual e o coletivo para se alcançar a consciência coletiva das sociedades modernas. Durkheim afirma que o certo e o errado, o bem e o mal são ideias que se formam na consciência coletiva e não na individual.
A moral e o direito são determinantes no estabelecimento de regras regulamentadoras da sociedade complexa.
Durkheim acredita que a divisão do trabalho é a realização da felicidade entre as pessoas, é o desejo de aumentar a produção coletiva; pensamento que contraria os contratualistas e economistas.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
O uso da razão científica pelo Iluminismo
Apesar do uso da razão científica não ter respondido todos os problemas da humanidade, ele obteve o sucesso esperado pois influenciou vários pensadores e cientistas a formarem um cientificismo racional, onde deve-se duvidar das afirmativas e teorias que não forem comprovadas racionalmente através da observação, experiência e comprovação. Combateu com êxito o absolutismo, o mercantilismo, a influência da igreja e os privilégios de nascimento.
O movimento iluminista deixou herança até os dias atuais, sendo que o racionalismo continua presente em quase todas as ciências. Quando comprovado racionalmente que a tese de uma pessoa não condiz com a realidade observada, essa tese passa a ser desconsiderada, isso mesmo nas ciências sociais. O teocentrismo caiu por terra, e hoje temos muitos Estados laicos no Ocidente, onde há separação entre religião e Estado.
A burguesia foi a grande responsável pela implementação do pensamento iluminista. John Locke, considerado o pai do liberalismo político, criou os três pilares da base teórica do movimento político do iluminismo. Ele defendia que existiam três direitos que nenhum governante tem o direito de retirar: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Caso o governante não respeitasse esses direitos, o povo poderia cometer desobediência civil e derrubar esse governante do poder.
A liberdade de expressão foi outro quesito que obteve sucesso. Essa herança do iluminismo permanece até os dias atuais e graças à ele, pode-se discutir vários temas, antes considerados tabus, e com isso evoluir no pensamento científico, trazendo várias soluções e descobertas para a humanidade.
Montesquieu criou o conceito de divisão de poderes dentro do Estado, que é adotado na atualidade pela maioria dos países democratas liberais, onde o Executivo é exercido pelo governante, o Legislativo pelos responsáveis por criair leis e o Judiciário pelos responsáveis por fiscalizar a obediência e cumprimento dessas leis. Deve existir entre esses três poderes um equilíbrio, autonomia e liberdade de um poder em relação ao outro.
Por último, na economia o iluminismo influenciou grandemente para o liberalismo. Essa sede de liberdade foi para o campo da economia e por terem aversão ao mercantilismo, criaram a idéia de liberdade total de comércio. Adam Smith foi um dos grandes economistas a dizer que o próprio mercado deve regulamentar a atividade econômica (a mão invisivel), estabelecendo o preço das mercadorias, custo da matéria prima, mão de obra e preço final dos produtos através da lei da oferta e da procura. Mesmo percebendo posteriormente que em devidos momentos (crises) o Estado deve intervir na economia, atualmente ainda existem muitos adptos do liberalismo econômico.
O movimento iluminista deixou herança até os dias atuais, sendo que o racionalismo continua presente em quase todas as ciências. Quando comprovado racionalmente que a tese de uma pessoa não condiz com a realidade observada, essa tese passa a ser desconsiderada, isso mesmo nas ciências sociais. O teocentrismo caiu por terra, e hoje temos muitos Estados laicos no Ocidente, onde há separação entre religião e Estado.
A burguesia foi a grande responsável pela implementação do pensamento iluminista. John Locke, considerado o pai do liberalismo político, criou os três pilares da base teórica do movimento político do iluminismo. Ele defendia que existiam três direitos que nenhum governante tem o direito de retirar: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Caso o governante não respeitasse esses direitos, o povo poderia cometer desobediência civil e derrubar esse governante do poder.
A liberdade de expressão foi outro quesito que obteve sucesso. Essa herança do iluminismo permanece até os dias atuais e graças à ele, pode-se discutir vários temas, antes considerados tabus, e com isso evoluir no pensamento científico, trazendo várias soluções e descobertas para a humanidade.
Montesquieu criou o conceito de divisão de poderes dentro do Estado, que é adotado na atualidade pela maioria dos países democratas liberais, onde o Executivo é exercido pelo governante, o Legislativo pelos responsáveis por criair leis e o Judiciário pelos responsáveis por fiscalizar a obediência e cumprimento dessas leis. Deve existir entre esses três poderes um equilíbrio, autonomia e liberdade de um poder em relação ao outro.
Por último, na economia o iluminismo influenciou grandemente para o liberalismo. Essa sede de liberdade foi para o campo da economia e por terem aversão ao mercantilismo, criaram a idéia de liberdade total de comércio. Adam Smith foi um dos grandes economistas a dizer que o próprio mercado deve regulamentar a atividade econômica (a mão invisivel), estabelecendo o preço das mercadorias, custo da matéria prima, mão de obra e preço final dos produtos através da lei da oferta e da procura. Mesmo percebendo posteriormente que em devidos momentos (crises) o Estado deve intervir na economia, atualmente ainda existem muitos adptos do liberalismo econômico.
sábado, 28 de setembro de 2013
As transformações econômicas e políticas do mundo na segunda metade do século XX
Após a explosão das duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos encerrava a Segunda Guerra Mundial e já deixava claro que discordava da ideologia e da organização econômica da sua antiga aliada União Soviética. Quando a Segunda Guerra acabou, já se deu início a Guerra Fria dos aliados capitalistas contra os aliados comunistas.
Por volta de quarenta anos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas disputou com os Estados Unidos a hegemonia política e econômica mundial. As duas potências divulgavam através dos meios de comunicação a superioridade que tinham e manipulavam a população ao seu favor, dizendo que o inimigo era mal, que era explorador e dominador.
Nessa Guerra fria, os inimigos nunca chegaram a um conflito direto, mas participaram indiretamente de todos os conflitos desse período. Conflitos na Ásia e na África. Podemos citar como exemplo o conflito entre as coréias, sendo a Coréia do Norte influenciada pela ideologia Soviética e a Coreia do Sul sendo influenciada pela ideologia capitalista Norte-Americana. As coréias vivem um estranhamento até a atualidade. O Vietnã também é um exemplo em que as duas potências influenciaram a disputa política interna. Os Estados Unidos intervieram quando os Vietcongs (guerrilheiros com ideal socialista) estavam adquirindo vantagem na disputa interna.
Nas América houve a Revolução Cubana de 1959, onde Fidel Castro e Ernesto Che Guevara lideram a instalação de um governo socialista bem pertinho dos Estados Unidos. Em 1962, os soviéticos chegaram a instalar bases de lançamento de mísseis em Cuba, o que quase levou o mundo a uma Terceira Guerra Mundial.
Com a presença comunista na América Latina, os Estados Unidos reforçam sua política de ajuda financeira aos países pobres do continente e passam a apoiar movimentos golpistas militares que se espalham na região na década de 60. No Brasil houve uma conspiração de militares brasileiros com a embaixada norte-americana, que culminou no golpe de estado do dia 31 de março de 1964, que teve apoio de setores conservadores da sociedade brasileira. Essa ditadura militar durou de 1964 a 1985, onde houve perseguição ao opositores do regime.
Nesse afã de disputar com os países capitalistas (corrida armamentista e espacial), a União Soviética foi estagnando e posteriormente entrou em decadência econômica. Por terem muita gente ganhando bons salários para produzir pouco, juntamente com técnicas atrasadas de produção, a decadência chegou a tal ponto que a produção interna não era suficiente para suprir as necessidades básicas da população. Em 1991 a União Soviética deixa de existir, e a Guerra Fria chega ao fim.
Na década de 90 o mundo já vivia a realidade neoliberal. Quase todos os países colocaram em prática as políticas de privatização de empresas estatais, e diminuição de gastos com programas sociais como a previdência social, a educação e a saúde pública. Houve aumento de falências, de desemprego, de pobreza e de violência.
Por volta de quarenta anos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas disputou com os Estados Unidos a hegemonia política e econômica mundial. As duas potências divulgavam através dos meios de comunicação a superioridade que tinham e manipulavam a população ao seu favor, dizendo que o inimigo era mal, que era explorador e dominador.
Nessa Guerra fria, os inimigos nunca chegaram a um conflito direto, mas participaram indiretamente de todos os conflitos desse período. Conflitos na Ásia e na África. Podemos citar como exemplo o conflito entre as coréias, sendo a Coréia do Norte influenciada pela ideologia Soviética e a Coreia do Sul sendo influenciada pela ideologia capitalista Norte-Americana. As coréias vivem um estranhamento até a atualidade. O Vietnã também é um exemplo em que as duas potências influenciaram a disputa política interna. Os Estados Unidos intervieram quando os Vietcongs (guerrilheiros com ideal socialista) estavam adquirindo vantagem na disputa interna.
Nas América houve a Revolução Cubana de 1959, onde Fidel Castro e Ernesto Che Guevara lideram a instalação de um governo socialista bem pertinho dos Estados Unidos. Em 1962, os soviéticos chegaram a instalar bases de lançamento de mísseis em Cuba, o que quase levou o mundo a uma Terceira Guerra Mundial.
Com a presença comunista na América Latina, os Estados Unidos reforçam sua política de ajuda financeira aos países pobres do continente e passam a apoiar movimentos golpistas militares que se espalham na região na década de 60. No Brasil houve uma conspiração de militares brasileiros com a embaixada norte-americana, que culminou no golpe de estado do dia 31 de março de 1964, que teve apoio de setores conservadores da sociedade brasileira. Essa ditadura militar durou de 1964 a 1985, onde houve perseguição ao opositores do regime.
Nesse afã de disputar com os países capitalistas (corrida armamentista e espacial), a União Soviética foi estagnando e posteriormente entrou em decadência econômica. Por terem muita gente ganhando bons salários para produzir pouco, juntamente com técnicas atrasadas de produção, a decadência chegou a tal ponto que a produção interna não era suficiente para suprir as necessidades básicas da população. Em 1991 a União Soviética deixa de existir, e a Guerra Fria chega ao fim.
Na década de 90 o mundo já vivia a realidade neoliberal. Quase todos os países colocaram em prática as políticas de privatização de empresas estatais, e diminuição de gastos com programas sociais como a previdência social, a educação e a saúde pública. Houve aumento de falências, de desemprego, de pobreza e de violência.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O Século da contradição
Não existiu século onde a tecnologia, as relações econômicas, políticas e sociais tenham se desenvolvido de forma tão rápida, como no século XX.
O capitalismo veio se desenvolvendo desde a Baixa Idade Média, e chega no século XX disponibilizando uma grande variedade de produtos no mercado, influenciando o desenvolvimento dos meios de comunicação e informação, surgindo o rádio, a televisão e a internet. Esse mesmo sistema capitalista mostrou que tem na exclusão, sua principal característica.
No século passado foi onde houve o maior crescimento populacional e foi ao mesmo tempo o período em que mais se matou, em função das guerras. Houve predomínio das cidades sobre o campo, ao mesmo tempo que houveram movimentos, muitas vezes violentos, de reforma agrária.
Muita tecnologia foi desenvolvida no século XX, tecnologia para a diminuição de distancias foi uma delas, como o carro, o avião. Esses meios de transporte foram utilizados em guerras, para matar e ferir homens. Também houve desenvolvimento de tecnologia para o aumento de produção. Mesmo assim a miséria e desigualdade social permaneceram existentes.
A medicina que tanto avançou, com o objetivo de aumentar a expectativa de vida da população, também mostrou sua outra face através da criação de armas biológicas e participação na indústria da saúde com o objetivo maior de obter lucro.
Houve sepultamento de velhos impérios e surgimento de novas nações. A Polônia, por exemplo, mostrou como é possível o renascimento sucessivo de uma nação em um curto período de tempo.
Governos que lutaram com apoio de grande parte da população, para erguer a autoestima da nação, que conseguiram reconstruir economias; também cometeram crimes contra a humanidade, atrocidades e torturas como o que aconteceu no nazi-fascismo.
Surgiram os movimentos populares que passam a se organizar e ganham força na luta contra o modelo imposto pelo capitalismo. Os trabalhadores tomam o poder e a direção de alguns países. Porém quando alcançam o poder, muitos se tornam ditadores e cometem piores atrocidades que os antigos líderes.
Surge o socialismo, como opção de modo de produção, mas que acabou fracassando na maioria dos casos, e os países que o utilizaram, na maioria, acabaram voltando para o capitalismo.
Apesar de tanto desenvolvimento tecnológico para o benefício da saúde, e do conforto humano, o mesmo não foi acompanhado de distribuição de riqueza gerada. Todas essas características dentre outras, fizeram do século XX um século de contradição.
O capitalismo veio se desenvolvendo desde a Baixa Idade Média, e chega no século XX disponibilizando uma grande variedade de produtos no mercado, influenciando o desenvolvimento dos meios de comunicação e informação, surgindo o rádio, a televisão e a internet. Esse mesmo sistema capitalista mostrou que tem na exclusão, sua principal característica.
No século passado foi onde houve o maior crescimento populacional e foi ao mesmo tempo o período em que mais se matou, em função das guerras. Houve predomínio das cidades sobre o campo, ao mesmo tempo que houveram movimentos, muitas vezes violentos, de reforma agrária.
Muita tecnologia foi desenvolvida no século XX, tecnologia para a diminuição de distancias foi uma delas, como o carro, o avião. Esses meios de transporte foram utilizados em guerras, para matar e ferir homens. Também houve desenvolvimento de tecnologia para o aumento de produção. Mesmo assim a miséria e desigualdade social permaneceram existentes.
A medicina que tanto avançou, com o objetivo de aumentar a expectativa de vida da população, também mostrou sua outra face através da criação de armas biológicas e participação na indústria da saúde com o objetivo maior de obter lucro.
Houve sepultamento de velhos impérios e surgimento de novas nações. A Polônia, por exemplo, mostrou como é possível o renascimento sucessivo de uma nação em um curto período de tempo.
Governos que lutaram com apoio de grande parte da população, para erguer a autoestima da nação, que conseguiram reconstruir economias; também cometeram crimes contra a humanidade, atrocidades e torturas como o que aconteceu no nazi-fascismo.
Surgiram os movimentos populares que passam a se organizar e ganham força na luta contra o modelo imposto pelo capitalismo. Os trabalhadores tomam o poder e a direção de alguns países. Porém quando alcançam o poder, muitos se tornam ditadores e cometem piores atrocidades que os antigos líderes.
Surge o socialismo, como opção de modo de produção, mas que acabou fracassando na maioria dos casos, e os países que o utilizaram, na maioria, acabaram voltando para o capitalismo.
Apesar de tanto desenvolvimento tecnológico para o benefício da saúde, e do conforto humano, o mesmo não foi acompanhado de distribuição de riqueza gerada. Todas essas características dentre outras, fizeram do século XX um século de contradição.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Os Nuer - resenha crítica
Os Nuer são um povo que vive na África, perto do Egito. O antropólogo Evans Pritchard chegou à terra dos Nuer em princípios de 1930. Ele faz uma breve comparação dos Nuer com os Azande, onde relata que os Azande não permitiram viver como um deles. Já os Nuer não permitiram viver de outro modo que não o deles. Entre os Azande foi forçado a viver fora da comunidade, já com os Nuer foi forçado a fazer parte dela. Os Azande trataram-no como ser superior, e os Nuer como um igual.
O "chefe" é uma pessoa sagrada sem autoridade política. Na verdade os Nuer não tem governo e seu estado pode ser descrito como uma anarquia ordenada. Houve o surgimento de profetas, pessoas que abrigam os espíritos dos deuses do Céu, e sugerimos que, nelas, podemos perceber os primórdios do desenvolvimento político.
A maior parte de seu comportamento social se relaciona diretamente com seu gado. Seu idioma social é um idioma bovino. O leite e o sorgo são os principais alimentos dos Nuer. Eles não criam gado para corte, mas sacrifica-se carneiros e bois nas cerimônias. Muitos utensílios dométicos é fornecido pelo gado. Usam o esterco como combustível.
As meninas possuem suas tarefas nos estábulos e kraals, os meninos pastoreiam os bezerros no pasto. As mulheres são leiteiras e os homens boiadeiros. Como a maioria dos povos pastoris, os Nuer são poéticos. O relógio diário é o gado. A contagem do tempo é uma concepção da estrutura social.
As variações nas reservas de água e na vegetação forçam os Nuer a se mudarem e determinam a direção de tais mudanças. Eles não comem répteis, só crocodilos e tartarugas. Já as aves são vistas com desprezo e é vergonhoso comê-las. Quem come são os pobres, as crianças, e às escondidas no mato. Eles não comem ovos. Eles comem mel de abelhas em determinada época do ano. A pesca, caça e colheitas são ocupações da estação da seca, para complementar a dieta de leite insuficiente. Quanto maior o rebanho, menor a horta.
O comércio possui pouca importância entre os Nuer. Quanto mais simples for uma cultura material, mais numerosos são os relacionamentos que se expressam através dela. Uma pessoa não adquire mais objetos do que pode usar. Ele só disporia se fosse para dar de presente.
O sentimento de comunidade para os Nuer é mais profundo do que o reconhecimento da identidade cultural. Quanto menor o grupo, mais forte é o sentimento que une seus membros. As brigas e as disputas ocorrem entre as aldeias e seções tribais terciárias.
Há menos solidariedade, quanto mais amplo tornamos o círculo, de uma aldeia para as tribos adjacentes. As causas para um Nuer lutar: desentendimentos em relação a uma vaca; uma vaca ou cabra comer o sorgo de uma pessoa e esta bater naquela; um homem bater no filho pequeno de outro; adultério; direito sobre a água na estação da seca; direito sobre a água na estação da seca; direito sobre o pasto, entre outras.
Os meninos brigam com braceletes pontiagudos. Homens da mesma aldeia ou acampamento brigam com clavas, pois é convencional que as lanças não sejam empregadas entre vizinhos próximos, ou um deles poderia ser morto e a comunidade ficar dividida por uma vendeta. É também convencional que nenhum terceiro tome parte na briga. Uma vez começada a briga, nenhuma das partes pode desistir e são obrigadas a continuar até que uma delas fique seriamente ferida. Se uma pessoa for morta nessas lutas, começa-se uma vendeta.
Quando alguém mata alguém, essa pessoa corre para a casa do chefe da pele de leopardo, para limpar-se do sangue e ter refúgio contra a retaliação. Os parentes do morto tentam a todo custo vingar a morte do ente. Pelo refúgio o assassino presenteia o chefe com um novilho. O chefe é presenteado com cerveja quando vai na casa do queixoso. Esse chefe tem poder de purificar pessoas envolvidas em incesto, e possuem um ligeiro poder de provocar chuva.
Quando um homem fere outro com uma lança, as pessoas da aldeia enviam a lança para os parentes do ferido, para que eles a tratem com a mágica e evitem que a ferida seja fatal. Enviam um carneiro para sacrifício também. Um homem não deve lutar com outro homem de um conjunto mais velho.
Os Nuer não tem lei. Não há qualquer autoridade com poder para pronunciar sentenças ou para fazer cumprir vereditos. Não há lider, nem conselho da aldeia. É muito raro que um homem obtenha ressarcimento a não ser pela força ou pela ameaça de empregar a força. Roubar gado de tribos vizinhas não é considerado algo errado. A clava e a lança são as sanções dos direitos. Na guerra, o regimento segue o mais atrevido dos companheiros. Ninguém reconhece um superior. Um homem com muito gado é invejado, mas não tratado melhor que o que possui menos gado. A mais leve suspeita de uma ordem irrita a pessoa e ela, ou não a executa, ou a executa de um modo casual e demorado que é mais insultante que uma recusa.
Quando há adultério e os homens são consanguineos, o adúltero oferece um boi em sacrificio. Ele só paga indenização se for pego no ato. A fornicação é vista de forma branda, e o pagamento de um novilho geralmente não é feito. Se os parentes homens da moça sabem que ela está mantendo relações sexuais com um homem que possui gado e tem possibilidade de casar-se com ela, eles feham os olhos.
Mulheres e crianças tem sempre posição inferior à dos homens. A iniciação do homem quando passa da adolescência para a idade adulta ocorre da seguinte forma: sua testa é cortada até o osso com uma pequena faca (seis compridos cortes de orelha a orelha. As cicatrizes permanecem para vida toda e até depois da morte podem ser percebidas em seus crânios. O homem recebe de seu pai ou tio uma lança e torna-se guerreiro, ganha um boi, assume um "nome-de-gado" e torna-se um homem do rebanho. Daí para a frente, até ser marido e pai, seus interesses principais estão na dança e no amor.
Com os Nuer podemos perceber a possibilidade da sociedade humana adotar outros valores. Eles se tratam como seres iguais, vivem uma anarquia organizada, são unidos como comunidade. Vivem seus sentimentos livremente, com a preocupação mínima de uma ordem social. O desapego material também chama a atenção do estudande dos Nuer. Enfim, é importante estudarmos esse povo e pensarmos nossa sociedade ocidental capitalista de forma crítica e buscarmos solução para a mesma.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
A aplicação das políticas neoliberais pós Guerra Fria
Depois da Segunda Grande Guerra Mundial, o mundo se dividiu em dois pólos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, liderado pela União Soviética. Antes de terminar a guerra houve provocação por parte dos Estados Unidos para a União Soviética, com a explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, era sinal de que a parceria entre eles só duraria até o final da guerra.
O Brasil, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, alinhou-se com os Estados Unidos, cortou relações diplomáticas com países socialistas e perseguiu militantes do Partido Comunista.
Houve guerras e guerrilhas entre capitalistas e socialistas disputando territórios como as Coréias, o Vietnã, a China (Taiwan), e países africanos que conquistavam independência. Na América Latina, no ano de 1959, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara lideraram a revolução cubana dando fim a ditadura de Fulgencio Batista, governo que era aliado dos Estados Unidos e que transformava Cuba em um "quintal norte-americano". Instala-se em Cuba o socialismo.
Os Estados Unidos apoiaram movimentos golpistas militares, que se espalharam pelas américas na década de 1960. No Brasil o golpe militar se deu em 31 de março de 1964. Houve uma conspiração articulada fortemente com a embaixada norte-americana e os brasileiros. A Ditadura Militar no Brasil foi de 1964 a 1985.
A União Soviética faliu. E essa falência se deu por alguns motivos: o governo stalinista foi uma violenta ditadura, havia uma máquina burocrática gigantesca (18 milhões de funcionários ocupavam funções não-produtivas), eles gastavam três vezes mais com seus meios de produção do que seus concorrentes capitalistas do ocidente, por falta de técnicas modernas, a produção interna já não abastecia as necessidades de consumo da população.
No governo de Leonid Brejnev a União Soviética começa a dar sinais claros de decadência econômica. Em 1985, Mikhail Gorbatchov assume o governo e para salvar a economia soviética implantou um plano chamado "Perestroika", onde adotou mecanismos de mercado como propriedade privada, diferenciação de salários, fim de monopólios estatais, livre concorrência, entre outros. Gorbatchov queria equiparar a produtividade da União Soviética com os Estados Unidos. Ele decidiu acabar com a burocracia estatal e seus privilégios, combater a corrupção e melhorar a eficiência administrativa. Nesse momento houve estranhamento da URSS com os seus satélites. Muitos buscaram independência. E alcançando independência, a maioria buscou adotar a economia de mercado.
O chamado neoliberalismo estava se espalhando pelo mundo como regra econômica, e os Estados unidos assistiam a tudo isso satisfeitos. No Brasil Fernando Collor de Melo colocava em prática seu plano neoliberal a partir de 1990, privatizando empresas públicas e abrindo a economia ao capital estrangeiro. Surgiu o Plano Real, que valorizou a moeda nacional, aumentando as importações, o desemprego e as falências no país.
Essa avalanche neoliberal no mundo era um sinal de que o capitalismo havia vencido. A partir daí houve uma globalização econômica, surgiram blocos econômicos regionais pelo mundo. O neoliberalismo pregado pelos Estados Unidos incentivava além da privatização de empresas estatais, também a diminuição de custos com programas sociais como educação, saúde e previdência social. Com a prática da chamada cartilha neoliberal aumentaram o desemprego, a miséria, a violência urbana e rural (Movimento dos Sem Terra no Brasil).
O Brasil, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, alinhou-se com os Estados Unidos, cortou relações diplomáticas com países socialistas e perseguiu militantes do Partido Comunista.
Houve guerras e guerrilhas entre capitalistas e socialistas disputando territórios como as Coréias, o Vietnã, a China (Taiwan), e países africanos que conquistavam independência. Na América Latina, no ano de 1959, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara lideraram a revolução cubana dando fim a ditadura de Fulgencio Batista, governo que era aliado dos Estados Unidos e que transformava Cuba em um "quintal norte-americano". Instala-se em Cuba o socialismo.
Os Estados Unidos apoiaram movimentos golpistas militares, que se espalharam pelas américas na década de 1960. No Brasil o golpe militar se deu em 31 de março de 1964. Houve uma conspiração articulada fortemente com a embaixada norte-americana e os brasileiros. A Ditadura Militar no Brasil foi de 1964 a 1985.
A União Soviética faliu. E essa falência se deu por alguns motivos: o governo stalinista foi uma violenta ditadura, havia uma máquina burocrática gigantesca (18 milhões de funcionários ocupavam funções não-produtivas), eles gastavam três vezes mais com seus meios de produção do que seus concorrentes capitalistas do ocidente, por falta de técnicas modernas, a produção interna já não abastecia as necessidades de consumo da população.
No governo de Leonid Brejnev a União Soviética começa a dar sinais claros de decadência econômica. Em 1985, Mikhail Gorbatchov assume o governo e para salvar a economia soviética implantou um plano chamado "Perestroika", onde adotou mecanismos de mercado como propriedade privada, diferenciação de salários, fim de monopólios estatais, livre concorrência, entre outros. Gorbatchov queria equiparar a produtividade da União Soviética com os Estados Unidos. Ele decidiu acabar com a burocracia estatal e seus privilégios, combater a corrupção e melhorar a eficiência administrativa. Nesse momento houve estranhamento da URSS com os seus satélites. Muitos buscaram independência. E alcançando independência, a maioria buscou adotar a economia de mercado.
O chamado neoliberalismo estava se espalhando pelo mundo como regra econômica, e os Estados unidos assistiam a tudo isso satisfeitos. No Brasil Fernando Collor de Melo colocava em prática seu plano neoliberal a partir de 1990, privatizando empresas públicas e abrindo a economia ao capital estrangeiro. Surgiu o Plano Real, que valorizou a moeda nacional, aumentando as importações, o desemprego e as falências no país.
Essa avalanche neoliberal no mundo era um sinal de que o capitalismo havia vencido. A partir daí houve uma globalização econômica, surgiram blocos econômicos regionais pelo mundo. O neoliberalismo pregado pelos Estados Unidos incentivava além da privatização de empresas estatais, também a diminuição de custos com programas sociais como educação, saúde e previdência social. Com a prática da chamada cartilha neoliberal aumentaram o desemprego, a miséria, a violência urbana e rural (Movimento dos Sem Terra no Brasil).
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
O que propiciou o surgimento de regimes nazi-fascistas na Europa
A Primeira Grande Guerra Mundial tinha passado e deixado 9 milhões de mortos e mais de 20 milhões de feridos, a Alemanha e a Itália foram os países mais devastados pela guerra. Esses países estavam ressentidos com os resultados da guerra. A Itália se sentia traída pela França e Inglaterra, pois eles não haviam cumprido a promessa de cessão de territórios, feita durante o conflito. Houve a Conferência de Versalhes onde estipularam um tratado que exigia que a Alemanha e seus aliados pagassem uma pesada multa para os países vencedores, devolução de território para a França, cessão de território da Alemanha para a criação da Polônia, a Alemanha perde colônias para França e Inglaterra, os alemães deveriam limitar seu efetivo militar a 100 mil homens, desmontar seus fortes em fronteiras e entregar seus navios acima de mil toneladas aos países vencedores. Eles consideravam a Alemanha como a grande culpada por causar a Primeira Guerra.
As decisões da Conferência de Versalhes foram mais do que simples punições, o objetivo também era a eliminação de um concorrente poderoso, que não tivesse capacidade de concorrer na disputa política e econômica naquele contexto imperialista mundial.
Surgem movimentos operários lutando por emprego, melhores condições de vida, e pelo fim do capitalismo. Houve a Revolução Russa em outubro de 1917, e Lênin passou a liderar o novo governo de regime socialista.
Em 24 de outubro de 1929 foi o dia do crack da bolsa de Nova York, onde houve um desequilíbrio entre a produção e consumo e que ocasionou a quebra da bolsa e gerou uma crise assustadora nos Estados Unidos e outros países capitalistas como Alemanha e Itália. Por causa da falência de muitas empresas, houve um desemprego gigantesco de mais de 15 milhões de pessoas só nos Estados Unidos. Grande parte da população alemã (44%) não tinha emprego.
Benito Mussolini começou, ele foi o grande líder do fascismo na Itália. É interessante notar que ele foi atuante no Partido Socialista, mas que acabou sendo expulso por defender a participação da Itália na Primeira Guerra Mundial. Ele fundou o "Fasci di combattimento", que era um grupo paramilitar que tinha como alvo de ataque às organizações operárias. Depois disso cria-se o Partido Nacional Fascista. Com a crise econômica, crescia o fascismo, até que o rei da Itália, Vitor Emanuel III convidou Mussolini para se tornar primeiro ministro da Itália.
Os fascistas usavam meios violentos para reprimir seus opositores, pregavam que a "luta de classes" era um conceito nocivo para a nação. Deveria haver uma parceria entre patrões e trabalhadores para que o país progredisse. O governo de Mussolini ganhou confiança da classe dominante e da Igreja Católica por ser a liderança necessária para livrar a Itália da ameaça socialista.
O povo alemão era unânime na opinião de que precisavam de uma reparação para recuperação da autoestima germânica. Esse sentimento expresso na política nacionalista, e que era similar ao fascismo, se nomeou "nazismo". O grande líder do nazismo se chamava Adolf Hitler. Já em 1923, os nazistas tentaram tomar o poder através de um golpe, que acabou fracassado.
Os nazistas, como os italianos, defendiam o rearmamento do país, acabar com os sindicatos no país, destruir socialistas e comunistas (o que conquistou a classe dominante da Alemanha), exterminar judeus, pois os consideravam os grandes responsáveis pela crise econômica alemã. Em 1933 Hitler se torna chanceler alemão por convite do presidente Hindemburg, que morre no ano seguinte. Hitler assume a presidência e a chancelaria e vira ditador. Persegue opositores, extingue partidos, cria empregos com a indústria bélica e ergue a economia alemã, conquistando ainda mais a classe dominante e toda Alemanha.
As decisões da Conferência de Versalhes foram mais do que simples punições, o objetivo também era a eliminação de um concorrente poderoso, que não tivesse capacidade de concorrer na disputa política e econômica naquele contexto imperialista mundial.
Surgem movimentos operários lutando por emprego, melhores condições de vida, e pelo fim do capitalismo. Houve a Revolução Russa em outubro de 1917, e Lênin passou a liderar o novo governo de regime socialista.
Em 24 de outubro de 1929 foi o dia do crack da bolsa de Nova York, onde houve um desequilíbrio entre a produção e consumo e que ocasionou a quebra da bolsa e gerou uma crise assustadora nos Estados Unidos e outros países capitalistas como Alemanha e Itália. Por causa da falência de muitas empresas, houve um desemprego gigantesco de mais de 15 milhões de pessoas só nos Estados Unidos. Grande parte da população alemã (44%) não tinha emprego.
Benito Mussolini começou, ele foi o grande líder do fascismo na Itália. É interessante notar que ele foi atuante no Partido Socialista, mas que acabou sendo expulso por defender a participação da Itália na Primeira Guerra Mundial. Ele fundou o "Fasci di combattimento", que era um grupo paramilitar que tinha como alvo de ataque às organizações operárias. Depois disso cria-se o Partido Nacional Fascista. Com a crise econômica, crescia o fascismo, até que o rei da Itália, Vitor Emanuel III convidou Mussolini para se tornar primeiro ministro da Itália.
Os fascistas usavam meios violentos para reprimir seus opositores, pregavam que a "luta de classes" era um conceito nocivo para a nação. Deveria haver uma parceria entre patrões e trabalhadores para que o país progredisse. O governo de Mussolini ganhou confiança da classe dominante e da Igreja Católica por ser a liderança necessária para livrar a Itália da ameaça socialista.
O povo alemão era unânime na opinião de que precisavam de uma reparação para recuperação da autoestima germânica. Esse sentimento expresso na política nacionalista, e que era similar ao fascismo, se nomeou "nazismo". O grande líder do nazismo se chamava Adolf Hitler. Já em 1923, os nazistas tentaram tomar o poder através de um golpe, que acabou fracassado.
Os nazistas, como os italianos, defendiam o rearmamento do país, acabar com os sindicatos no país, destruir socialistas e comunistas (o que conquistou a classe dominante da Alemanha), exterminar judeus, pois os consideravam os grandes responsáveis pela crise econômica alemã. Em 1933 Hitler se torna chanceler alemão por convite do presidente Hindemburg, que morre no ano seguinte. Hitler assume a presidência e a chancelaria e vira ditador. Persegue opositores, extingue partidos, cria empregos com a indústria bélica e ergue a economia alemã, conquistando ainda mais a classe dominante e toda Alemanha.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
As quatro fases da sociologia no Brasil e na América Latina
Para Viana (2006), a sociologia no Brasil e na América
Latina passou por quatro momentos distintos.
1º )Essa fase se estendeu até 1930. A sociologia brasileira
teve seu início com os chamados “pensadores sociais” que somente reproduziam as
teorias sociológicas europeias. Não havia elaboração de teoria sociológica
brasileira. Nesse período havia incongruência no pensamento sociológico
brasileiro, pois os métodos sociológicos não se aplicavam a realidade da
sociedade brasileira. Não se pode olhar a partir de um contexto para
interpretar outro. Em 1920 a sociologia começou a ser lecionada vinculada aos
cursos de direito e economia, mas ainda não tinha autonomia.
2º )Ocorreu entre 1930 e 1945. Foi o período de
institucionalização da sociologia, onde foi inaugurada a Escola Livre de
Sociologia e Política. Houve também a fundação da Sociedade de Sociologia de
São Paulo. Surgiram os primeiros livros didáticos de sociologia escritos por
Arthur Ramos , Delgado de Carvalho, Fernando de Azevedo e Carneiro Leão.
Traduziram “As regras do método sociológico” de Durkheim. Alguns intelectuais
estrangeiros como Roger Bastide, Jacques Lambert, Levi Strauss vieram para o
Brasil, ajudar nesse processo de institucionalização. Nas décadas de 1920 e
1930, os sociólogos buscaram o entendimento da formação da sociedade
brasileira. Gilberto Freyre com a obra “Casa Grande e Senzala” de 1933, Sérgio
Buarque de Holanda com “Raizes do Brasil” de 1936 e Caio Prado Junior com seu
livro “Formação do Brasil Contemporâneo” de 1942, analisaram temas como
abolição da escravatura, índios em solo nacional, urbanização, migração,
analfabetismo e pobreza.
3º) Tem início em
1945, e é o momento da consolidação da sociologia no Brasil. Os pesquisadores
começam a usar técnicas próprias para o estudo da sociedade, embora o
referencial teórico ainda seja influenciado pelas tendências europeias e
norte-americanas. Nessa época, surgem obras importantes da sociologia
brasileira: “A revolução brasileira”, de Caio Prado Júnior; “Sociedade de
classes e subdesenvolvimento”, de Florestan Fernandes; “ Industrialização e
atitudes operárias”, de Leôncio Martins Rodrigues; “Brancos e negros em São
Paulo”, de Florestan Fernandes e Roger Bastide.
4º) Nessa etapa a sociologia se desenvolve mais e passa a
abordar temas mais complexos da sociedade brasileira. Apesar do governo militar
ter reprimido a sociologia, retirando a disciplina do currículo das escolas de
segundo grau, e perseguindo professores universitários, como Florestan
Fernandes, a sociologia resistiu e atualmente faz parte do currículo do ensino
médio, e expandiu mais suas influências tanto na academia como no setor público
e privado brasileiro.
domingo, 18 de agosto de 2013
O tipo ideal em Weber
Karl Emil Maximilian Weber (1864-1920), sociólogo alemão,
criou alguns fundamentos da metodologia na sociologia moderna. Para ele a
ciência era o veículo para se conhecer a realidade sobre a existência humana. Influenciado
pelo filósofo Kant, em seus escritos ele mostrou ser fundamental a separação de
ciência natural e social. Escreveu “A
ética protestante e o espírito do capitalismo”, e na obra “A ‘objetividade’ do
conhecimento nas ciências sociais” ele criou o conceito de “tipo ideal”. O tipo
ideal é um recurso metodológico utilizado pelo pesquisador para que ele possa
delimitar sua busca na realidade social.
O tipo ideal é um elemento de análise retirado de dentro de
algum elemento que constitua a sociedade, tais como: religião, economia,
burocracia, capitalismo e a historia social. Weber acredita que analisar a
sociedade como um todo é difícil, para isso a utilização dos tipos ideais é
fundamental para que o sociólogo faça sua análise.
É no pensamento do pesquisador que o tipo ideal é construído,
e no plano das idéias pensa-se os fenômenos, criando assim o tipo. O tipo ideal
não está nos fenômenos, mas sim na cabeça do pesquisador.
Ainda hoje, muitos cientistas sociais em suas pesquisas
sociológicas, utilizam o método de tipo ideal, para restringir a pesquisa
dentro da diversificada realidade social. Com isso os pesquisadores focam sua
pesquisa em um determinado local, em um determinado grupo de pessoas, em um
fenômeno observado, facilitando a abordagem sobre o tema, tornando-o mais
passível de veracidade comprovada.
Em sociedades complexas, como os grandes centros urbanos da
atualidade, é imprescindível que haja um recorte, um enquadre de certos
fenômenos, em certas situações específicas, visto que se for haver
generalizações, seria impossível uma análise satisfatória.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O capitalismo nos Estados Unidos - análise sociológica de Weber através da religião
O sociólogo Karl Emil Maximilian Weber, alemão, nascido em
Erfurt no ano de 1864, foi criado em um ambiente culto, sendo seu pai advogado
e sua mãe de profunda erudição. Sua casa era frequentada por políticos e
filósofos. Aos treze anos, ele já escrevia ensaios históricos.
A principal obra de Weber foi ?A ética protestante o
espírito do capitalismo?, escrita a partir de 1904, Weber viaja aos Estados
Unidos em 1905, onde recolhe material para a continuação da obra.
Weber busca através de algumas interpretações, analisar
sociologicamente o capitalismo nos Estados Unidos, através da religião. Ele
afirma que tanto o espírito do capitalismo quanto o espirito protestante, foram
imprescindíveis para formar a sociedade ocidental.
A primeira interpretação de Weber seria de que o catolicismo
não incentivava o capitalismo a se desenvolver, já que os valores sociais dos
católicos se baseavam na partilha entre o grupo, se opondo ao individualismo.
Todavia, para o sociólogo, o protestantismo (o calvinismo é o maior exemplo)
era a realização da ação social racional, pois incentivava o trabalho, a
individualidade, o acúmulo de riquezas. Riqueza era sinal de benção divina, ser
um escolhido para a salvação. Valores que ajudavam no desenvolvimento das
atividades capitalistas.
Sem a influência do protestantismo, Max Weber acredita que o
capitalismo moderno seria diferente. Ele comparou com o desenvolvimento do
capitalismo em países onde a religião era o budismo, judaísmo, hinduísmo e
islamismo. Cada uma possuía uma ética econômica. Weber procura a interação do ser-humano
com o meio social e natural através da interpretação das religiões.
Weber acreditava que a influência da religião poderia
interferir na economia geral da sociedade, por isso ele dava prioridade em seus
estudos à análise das religiões.
Max Weber não era crítico do sistema capitalista, ele
acreditava que os empresários eram revolucionários que puderam intervir na
história da sociedade de sua época. O capitalismo para ele, se desenvolvia
pelos valores étnicos doutrinários da burguesia protestante, que buscavam
lucrar e buscavam globalizar o capital.
Segundo o autor, a ética é o próprio exercício da dominação.
Ela legitima o capitalismo, na aceitação ou permissão dos dominados. Weber
demonstrou que tanto o capitalismo como a religião protestante impulsionam os
indivíduos a aceitarem as regras do sistema de mercado.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
A integração do negro na sociedade de classes no Brasil.
Nasceu em 1920 na cidade de São Paulo o sociólogo Florestan
Fernandes, filho de mãe solteira analfabeta, não conheceu o pai. Em 1941,
ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo, onde veio a se formar em ciências sociais. Iniciou sua carreira
docente em 1945 na própria USP. Em 1986 foi eleito deputado constituinte pelo
Partido dos Trabalhadores, sendo grande defensor da educação pública e
gratuita. Morre em 1995 com problemas hepáticos.
Em 1964, Florestan apresenta uma tese para o concurso da
cátedra de sociologia na USP, intitulada como "A integração do negro na
sociedade de classes". Nessa obra, ele escreve sobre a situação do negro
comparada com o imigrante em São Paulo, onde o imigrante teve relativa
aceitação e sucesso em sua incursão, já que vinham de países europeus modernos,
onde já haviam se familiarizado com o sistema capitalista moderno de mercado. O
negro por outro lado, recentemente abandonara o posto de escravo, mantido
durante quatro séculos, e pouco acostumando com o novo ritmo e novas regras de
trabalho, foi deixado de lado.
Segundo o sociólogo, o grande número de imigrantes que
chegaram à capital paulista, representou um impacto demográfico e econômico que
gerou desigualdades na estrutura social. A disputa do imigrante, que vinha
habituado com o trabalho urbano e industrial, com o negro, fez com que o
afrodescendente fosse deslocado para os setores menos favorecidos, ficando a
cargo de trabalhos mais pesados e com menor remuneração.
Fernandes diz também que o negro teve dificuldades em se
adaptar com o novo ritmo de trabalho. Eles recusavam certas tarefas e serviços,
eram inconstantes na frequência ao trabalho, eles alternavam períodos de
trabalho com fases mais ou menos longas de ócio. Situação de adaptação do negro
com o trabalho livre, que por não possuir tempo hábil para se adequar ao novo
sistema, foi tachado como "deficiências do negro".
Florestan também cita o problema da constituição familiar do
negro, já que na sociedade de classes, a família sempre serve, direta ou indiretamente,
de base à rápida ascensão econômica, social e política. E considera que outros
grupos, definidos por ele como rústicos, também foram excluídos do processo de
mudança socioeconômica brasileira.
O autor finaliza criticando a sociedade brasileira, por ter
deixado os negros fazerem "justiça com as próprias mãos" ao invés de
inseri-los, condenando o país ao insucesso das tentativas de democratização da
sociedade.
sábado, 20 de julho de 2013
Loucura pouca é bobagem
Loucura pouca é bobagem
Já dizia um amigo meu
Felizmente, malandragem
A sobriedade se perdeu
Esse cara é largado
Essa menina não é normal
Não tem ninguém preocupado
Com a opinião do pessoal
Quem foi que criou
O tal padrão de comportamento?
Isso aí já se passou
Se liga no movimento!
E essa galera alternativa
Que pensa e age diferente
É uma maneira criativa
De ser feliz e boa gente
Já dizia um amigo meu
Felizmente, malandragem
A sobriedade se perdeu
Esse cara é largado
Essa menina não é normal
Não tem ninguém preocupado
Com a opinião do pessoal
Quem foi que criou
O tal padrão de comportamento?
Isso aí já se passou
Se liga no movimento!
E essa galera alternativa
Que pensa e age diferente
É uma maneira criativa
De ser feliz e boa gente
Rindo à toa
A melhor coisa do mundo é sorrir
E se esquecer o que lhe deprimi
Rir de coisas do cotidiano
Dividir alegrias e se esquecer dos planos
Amigos loucos que nos fazem graça
Compartilhar alegrias a todo momento que passa
Quero ver teu sorriso, ouvir seu riso
Palhaçada, gargalhada, tudo sem compromisso
Tem coisas que nos parece tão sem graça
E que quase matam o outro de tanta risada
Que se passa? Que se passa?
Teu jeito me contamina, e meu riso não pára
E se esquecer o que lhe deprimi
Rir de coisas do cotidiano
Dividir alegrias e se esquecer dos planos
Amigos loucos que nos fazem graça
Compartilhar alegrias a todo momento que passa
Quero ver teu sorriso, ouvir seu riso
Palhaçada, gargalhada, tudo sem compromisso
Tem coisas que nos parece tão sem graça
E que quase matam o outro de tanta risada
Que se passa? Que se passa?
Teu jeito me contamina, e meu riso não pára
quinta-feira, 11 de julho de 2013
À propos de Jiu-Jitsu
Le jiu-jitsu est originaire plus de 2500 ans. Elle ètait la
première forme d´auto-défense creé par l´homme, sans l´utilisation d´armes. Le jiu-jitsu ètait creé par les
moines bouddhistes, qui ètaient le cible d´attaques constant dans leurs pélerinages.
Les moines observes les mouvements des animaux, effet de levier développé,
techniques d´auto-defense, et ils n´ètaient pas les plus voles dans leurs voyages,
les moines sont allés en Chine, puis jiu-jitsu vient au Japon.
Les samurais utilisé jiu-jitsu pour défendre leurs seigneur
féodal. Avec la révolution industrielle et l´ouverture des ports japonais a
l´ouest, vient la curiosité en decouvrant la culture de l´est et évidemment le secret
des techiniques martiales. À ce moment, il y avait préoccupation du Japon pour preserver
leur culture et techiniques de guerre. Le jiu-jitsu est fragmenté et de commencer
à exporter le karatê, le judô, le aikidô. Mais jiu-jitsu e été conserve par
l´empereur japonais, adoptant le crime de lése-patrie enseigner le jiu-jitsu
hors du Japon.
Dans la première guerre mundiale, beaucoup de japonais ont
émigré au Brésil. Belém do Pará et la ville choisie par Conde Maeda Koma pour
vivre. Le champion de jiu-jitsu lie d´amitié avec Gastão Gracie, et à la
condition du secret, enseigne le jiu-jitsu pour Carlos, fils de Gastão.
C´est le
début de jiu-jitsu brésilien, qui est devenu lutte le plus efficace au monde.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Verdades Européias
Verdades européias para sul americanos
Modelo de sociedade com centenas de anos
Filosofia e a não espiritualidade que os espreita
Universidades que pregam a verdade estrangeira
Deixam de criar e ensinar a sua própria realidade
Pessoas inteligentes não enxergarem isso. Que verdade!
Seja bem vindo “bom selvagem”
à nossa civilização em suas terras
Espero que você goste
Da lavagem cerebral e de nossas matérias
Amigos, só a língua para vocês não basta
Tem que saber nomes de ruas e praças
De cidades onde nunca estarão
O Modelo político e administrativo deve ser como o nosso
E não venha me dizer “eu não posso”
Companheiros, não nos deixe na mão.
Correr atrás de um modelo próprio
De âmbito social, político e filosófico
É mesmo uma perda de tempo
Se temos modelos no intento
Socialismo sul-americano não!
Já te demos a ditadura como solução
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Comte e a religião da humanidade
O francês Augusto Comte dizia que a Revolução Francesa
reduziu o poder das instituições teológicas, mas que não apontou maneiras de
reorganização da sociedade. Segundo ele, é a religião que forma a base da ordem
social, e que através do aspecto intelectual (dogma), afetivo (amor expresso no
culto) e prático (regime), é possível doutrinar os cidadãos para a construção
de uma sociedade mais organizada e pacífica. Daí surgiu a ideia de criar a
Religião da Humanidade.
A Religião
da Humanidade tem como ser supremo a ser venerado, a humanidade. Ela é uma
forma de unidade humana. O poder espiritual é apresentado através do poder da
inteligência e do sentimento. Através dele a vida interior dos homens é regida,
e os leva a viver e agir em comum. O poder espiritual modera e limita o poder
temporal. Para uma ação completa, o poder espiritual deve ter contato com a
história. Augusto acredita ser na história e não na revolução, que os homens poderão
ter liberdade.
Comte dá
ênfase ma ciência e na moral e desvaloriza a análise econômica e política.
Através do pensamento positivista, ele busca mudar a forma de pensar dos
homens.
Em relação
aos capitalistas, Comte acreditava que moralizando-os, não haveria a
necessidade de eliminá-los, já que a ordem humanitária poderia abrandar os
conflitos destes com o proletariado. Sendo assim, a propriedade privada deveria
ser mantida.
Na Religião
da Humanidade há um novo calendário, sendo os meses homenageados com nomes de
grandes filósofos, Comte criou um novo catecismo trocando o Deus cristão pela
humanidade.
Acredito que
Augusto Comte foi simples e direto ao ponto: ele pensou, como outros filósofos
e sociólogos, que para reorganizar a sociedade moderna, era necessário
doutrinar as pessoas, inculcar nelas as ideias de pacifismo e organização, para
termos o progresso e uma sociedade harmônica. Para isso, não titubeou, e
utilizou como ferramenta a religião, a congregação de fiéis. Foi e é criticado
por muitos, porém desta maneira conseguiu deixar sua mensagem às gerações
seguintes.
sábado, 22 de junho de 2013
Les zig-zags
Bavardage va et vient
Et notre vie se passe sans on réaliser
Peu-être les allées et venues de certains déjà vus
Les zig-zags de la mémoire
Les zig-zags sans voir les heures
La vie va passer et elle ne t'attendra pas
J'aprécie le longtemps
Que ne veut pas se précipiter
Jour va, Jour vient
Routine Loin de moi de ce que je devrais être
Pages répétées de la même histoire
Remplis-moi le jour de choses égales
Música: Cleison Monteiro e Rodrigo Montoro
Letra: Augusto Coelho Neto
Et notre vie se passe sans on réaliser
Peu-être les allées et venues de certains déjà vus
Les zig-zags de la mémoire
Les zig-zags sans voir les heures
La vie va passer et elle ne t'attendra pas
J'aprécie le longtemps
Que ne veut pas se précipiter
Jour va, Jour vient
Routine Loin de moi de ce que je devrais être
Pages répétées de la même histoire
Remplis-moi le jour de choses égales
Música: Cleison Monteiro e Rodrigo Montoro
Letra: Augusto Coelho Neto
sábado, 18 de maio de 2013
A contribuição do protestantismo para o fortalecimento do sistema capitalista
O protestantismo teve papel importante no desenvolvimento e fortalecimento do capitalismo. Martinho Lutero pregou a interpretação pessoal da leitura da Bíblia, pregou a independência espiritual do ser-humano, onde ninguém necessitaria recorrer à algum sacerdote ou instituição religiosa para obter perdão de seus pecados e a salvação de sua alma.
João Calvino desenvolveu a idéia da salvação predestinada, ou seja, que a pessoa ja nascia para ser salva ou para ir para a perdição eterna, e que o sinal que diferenciava os salvos e os condenados era a sua condição social. Se fosse rico seria salvo, senão a destruição eterna o aguardava. Essa idéia agradou muito a burguesia, e estimulou a busca por enriquecimento e acúmulo de riquezas. Atualmente essa admiração pela riqueza, pela condição social do rico, se desprendeu do protestantismo e incorporou-se no sistema capitalista, sistema esse que apóia o acúmulo de bens e o consumo desenfreado independente de religião.
O lucro, o juros, a exploração da mão-de-obra do trabalhador passam a não serem mais mal-vistos, e o convívio cotidiano com essas práticas não pesaram mais na consciência da população desde então.
Max Weber escreveu uma tese dizendo que o desenvolvimento econômico dos países ocidentais está atrelado à ética do protestantismo. Ele afirma que os países que adotaram o protestantismo, foram os que mais rápido se desenvolveram na lógica capitalista de produção, e que os levaram a serem potências econômicas na atualidade. Já os países que permaneceram católicos não se desenvolveram tanto, localizando-se na periferia do sistema capitalista contemporâneo. Podemos afirmar mesmo após posteriores controvérsias, que existe sim uma influência do protestantismo no espírito capitalista, visto suas crenças e a grande influência que esses dogmas exercem sobre os fiéis.
A Contra-Reforma, movimento de resposta e ataque ao protestantismo pela Igreja Católica, também ajudou a fortalecer o sistema capitalista, pois com o objetivo de conquistar novos fiéis, incentivou e investiu nas navegações ultra-marinas, promovendo comércio internacional e exploração de mão de obra. Levou junto com a religião, ideais europeus, sendo o modelo econômico um deles.
O espírito individualista que o protestantismo trouxe, promoveu a liberdade do indivíduo, onde a pessoa podia ter sua religião, seus ideais, sua forma autêntica de ver e interpretar a vida, e ser respeitado por isso. Esse respeito pela liberdade (incluindo liberdade de comércio) foi um chamariz para a burguesia que era pressionada em países católicos, onde suas práticas não eram bem vistas. Alguns poderosos homens de negócio da Europa se refugiaram em países protestantes por serem eles um ambiente mais seguro, onde puderam ampliar e fixar seus negócios com tranquilidade.
terça-feira, 12 de março de 2013
Microfísica do Poder – fichamento crítico
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O filósofo Michel
Foucault divaga sobre alguns assuntos ligados à história das
ciências, sendo algumas delas a história da medicina urbana, dos
hospitais, dos manicômios, dos cemitérios, enfim da história do
saneamento no meio urbano, tudo isso como interesse da burguesia.
Foucault discorre sobre
a malha do poder, que não significa exatamente poder vindo do
Estado, mas que parte de cada um de nós seres humanos, esses poderes
não estão localizados em nenhum ponto específico da estrutura
social. O que existem são práticas ou relações de poder. Ele
relata que na ótica do direito que o poder é concebido como
violência legalizada. Ele fala também sobre a teoria do controle,
onde a população de forma geral é que vigia umas as outras para
que as coisas ocorram conforme o esperado. O poder é produtor de
individualidade. Todo saber é político e tem sua gênese em
relações de poder.
Foucault critica
duramente a psiquiatria, pois ela nasceu de uma tentativa de afastar
os ditos “doentes mentais” da cidade. Sendo que a própria
psiquiatria que “cria” a doença mental. É facil mostrar como se
torna obrigatório desfazer-se do louco justamente porque ele é
inútil na produção industrial.
Comenta que a figura do intelectual
específico se desenvolveu a partir da Segunda Grande Guerra. Na
atualidade, vivemos o desaparecimento do “grande escritor”. Os
problemas políticos dos intelectuais são em termos de
“verdade/poder” e não em termos de “ciência/ideologia”.
A humanidade, conforme Foucault, instala
cada uma de suas violências em um sistema de regras, e prossegue
assim de dominação em dominação. O domínio das regras é o
segredo do grande jogo da história. O europeu não sabe quem é ele:
ele ignora as raças que se misturam nele. Fala-se raramente sobre a
história da justiça, da prática judiciária, do que foi
efetivamente um sistema penal, do que foram os sistemas de
repressão. Toda a repressão a vagabundos, ociosos, mendigos desde o
fim da Idade Média até o século XVIII era com intuito de
aprisionar e leva-los ao trabalho forçado, já com os “violentos”
da plebe, os que estavam mais prontos a passar à ação imediata e
armada, pessoas que nos dias de motim traziam armas e fogo esses eram
presos com o intuito de isola-los para que não servissem de ponta de
lança aos movimentos de resistência popular. Hoje essa plebe não
proletarizada é usada pela burguesia como soldados, policiais,
traficantes, pistoleiros e utilizados na vigilância e na repressão
do proletariado. O primeiro erro das associações operárias foi ter
excluído a massa dos operários não especializados através da
condição imposta que para aderir à associação pertencer a uma
profissão. Não é com ideias que se faz avançar a história, mas
com uma força material, a do povo que se reunifica nas ruas. Os
milhões de vagabundos que existiam na China semi-colonial e
semi-feudal, foram a base do primeiro Exército Vermelho. Nossa
ideologia moral é a ideologia burguesa que é reafirmado e
reconfirmado pelas sentenças dos tribunais.
O intelectual, diz Foucault, era
aquele que dizia a verdade àqueles que não a viam e em nome
daqueles que não podiam dizê-la. As escolas se parecem um pouco com
as prisões, as fábricas se parecem muito com as prisões.
Designar os focos,
denunciá-los, falar deles publicamente é uma luta, forçar a rede
de informação institucional, nomear, dizer quem fez, o que fez, é
um primeiro passo para outras lutas contra o poder.
O corpo é uma
realidade bio-política, completa Foucault. A medicina é uma estratégia bio-política.
Na França as
estatísticas de nascimento e mortalidade e, na Inglaterra, as
grandes contabilidades de população aparecem no século XVII. O
nascimento da prisão foi em fins do século XVIII. A constituição
das ciências humanas foi no século XIX.
Sobre os cemitérios,
Foucault relata a história do “Cemitério dos Inocentes” situado
no centro de Paris, onde o amontoamento de cadáveres passou dos
limites dos muros e caiam em volta, no quintal de casas vizinhas.
Somente em 1780 foi que ocorreram as primeiras emigrações de
cemitérios para a periferia da cidade, aí que surge o cemitério
individualizado, o caixão individual.
Os matadouros que
também estavam situados no centro de Paris foram colocados nos
arredores.
Em meados do século
XVIII, que o subsolo passou a pertencer ao rei, ao Estado, e não
mais ao proprietário do terreno.
A noção de
salubridade surgiu pouco antes da Revolução Francesa.
A partir de 1832, Paris
passou a dividir bairros de ricos de bairros de pobres.
Reaparece no século
XIX, grupos de dissidência religiosa, que tem por objetivo lutar
contra a medicalização, reivindicar o direito sobre seu próprio
corpo, o direito de viver, de estar doente, de se curar e morrer como
quiserem.
Foucault relata que o médico que as
comunidades religiosas chamavam para fazer visitas aos hospitais era,
geralmente, o pior dos médicos. Percebemos que a característica em
comum entre essas instituições (escola, usina, hospital) é uma
separação decidida entre aqueles que têm o poder e aqueles que não
o têm.
A prisão, diz Foucault, foi um grande
instrumento de recrutamento. A pessoa entrava na prisão e se tornava
infame e quando saía, não podia fazer nada senão voltar a ser
delinquente. Virava um proxeneta, um policial ou um alcaguete. A
prisão profissionalizava.
A polícia, aponta Foucault, precisa dos
delinquentes para sobreviver, do contrário não aceitaríamos esta
gente uniformizada, armada, enquanto nós não temos o direito de o
estar, que nos pedem documentos, que vem rondar nossas portas.
"O poder enlouquece, os
que governam são cegos. Somente aqueles que estão à distância do
poder, que não estão em nada ligados à tirania, fechados em suas
estufas, em seus quartos, em suas meditações, podem descobrir a
verdade."
A geografia se
desenvolveu à sombra do exército. Os geógrafos do século XIX eram
agentes de informações, informações que eram diretamente
exploráveis pelas autoridades coloniais, os estrategistas, os
negociantes ou os industriais.
Foucault continua, dizendo que as lutas políticas, os
confrontos a respeito do poder, com o poder e pelo poder, tudo isso
deve ser interpretado apenas como continuações da guerra, como
episódios, fragmentações, deslocamentos da própria guerra. O
poder não para de registrar e institucionalizar a busca da verdade,
profissionaliza-a e a recompensa. A produção de discursos
“verdadeiros” (e que, além disso, mudam incessantemente) é um
dos problemas fundamentais do Ocidente. O poder não se aplica aos
indivíduos, passa por eles.
O saber sociológico se
constitui sobretudo em práticas como a dos médicos.
"Seu problema não era
fazer com que as pessoas fossem punidas, mas que nem pudessem agir
mal, de tanto que se sentiriam mergulhadas, imersas em um campo de
visibilidade total em que a opinião dos outros, o olhar dos outros,
o discurso dos outros os impediria de fazer o mal ou o nocivo."
Foucault ouve um
“sussurro anti-sexo” vindo por aí. Para um sistema que se
preocupa com produção e consumo, sexo é uma perda de tempo.
Para resistir, Foucault segreda, é
preciso que a resistência seja como o poder. Tão inventiva, tão
móvel, tão produtiva quanto ele. Que como ele, venha de “baixo”
e se distribua estrategicamente.
Houve um momento em que
a loucura deixou de aparecer como a máscara da razão, e foi
inscrita como um Outro prodigioso mas presente em todo homem
razoável, detendo uma parte, talvez o essencial, dos segredos da
razão.
Crítica à Maquiavel:
ser hábil em conservar seu principado não é de modo algum possuir
a arte de governar. Um bom governante deve ter paciência, soberania
e diligência. Deve ser mais paciente que colérico. Deve ter o
conhecimento das coisas, dos objetivos que deve procurar atingir e da
disposição para atingi-los. O governante deve ser como o pai de
família, que é o que se levanta antes das outras pessoas da casa,
que se deita depois dos outros, que pensa em tudo, que cuida de tudo
pois se considera a serviço da casa.
A família como modelo
de governo vai desaparecer. A família em seu formato tradicional
esta desaparecendo.
Por todas essas idéias que Michel Foucault continua sendo tão geniais e contemporâneas.
Por todas essas idéias que Michel Foucault continua sendo tão geniais e contemporâneas.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Sobre os principais impactos da Reforma Protestante para a formação da sociedade moderna
A Reforma
Protestante teve grande influência na formação da sociedade moderna.
Comecemos pela economia, que foi influenciada a seguir o caminho burguês, já
que que se ganhou a liberdade com relação ao domínio católico de Roma, e com os
ideais de predestinação de Calvino, onde os escolhidos de Deus, os que seriam
salvos, eram os que possuíam condição social de riqueza, sendo os mais ricos,
os abençoados financeiramente aqui nessa vida, os eleitos do Senhor, havia um incentivo em acumular riquezas, propriedades, explorar a mão de obra
trabalhadora. Mais tarde essa valorização da condição social com base no
acúmulo de riquezas, seria incorporado ao sistema capitalista, independente de
fé ou religião. O lucro e os juros passam a serem bem vistos e incorporados no
dia-a-dia do comércio, sem peso na consciência com relação ao Juízo Final.
Max Weber produz uma tese onde o desenvolvimento
econômico dos países ocidentais está aliado à ética do protestantismo. Ele
afirma que os países que adotaram o protestantismo, foram os que mais rápido se
desenvolveram na lógica capitalista de produção, e que os levaram a serem
potências econômicas na atualidade. Ele continua dizendo que já os países que
permaneceram católicos não se desenvolveram tanto, localizando-se na periferia
do sistema capitalista contemporâneo. Apesar das posteriores controvérsias, existe
sim uma influência do protestantismo no espírito capitalista, visto suas crenças
e a influência que elas exercem sobre os fiéis.
O impacto sobra a política se dá na concretização do
absolutismo, onde os governos livres da intervenção de Roma, tinham o domínio
total sobre seu Estado e podiam cobrar impostos livremente, impostos estes que
aumentaram graças ao desenvolvimento do comércio. O Governo da Inglaterra, por
exemplo, passa a ter domínio até mesmo sobre a igreja (Igreja Anglicana). Outro
fato importante é que os feudos que pertenciam à Igreja Católica na Inglaterra
passaram a pertencer ao Estado.
A Contra Reforma, movimento de resposta e ataque ao
protestantismo pela Igreja Católica, também trouxe impacto para a formação da
sociedade moderna, pois com o objetivo de conquistar novos fiéis, incentivou e
investiu nas navegações ultramarinas, trazendo essa influência europeia para o
Novo Mundo.
A educação foi influenciada pela Reforma Protestante
também, pois incentivava-se a leitura da Bíblia à todas as pessoas, pois a
interpretação das Escrituras sagradas era pessoal. Muitas pessoas passaram a
serem alfabetizadas a partir de então. Sem contar que a imprensa ganhou muito
com a publicação de artigos religiosos e com a publicação da Bíblia, o livro
mais vendido por séculos.
Augusto Coelho Neto
Augusto Coelho Neto
A maximização do individualismo
Um contraponto marcante entre o modelo europeu de
sociedade medieval e o novo modelo que surge no pós-renascimento é a
maximização do individualismo.
No modelo europeu de sociedade medieval as pessoas viviam em grupos, os feudos. A
população trabalhava em equipe, dividiam a mesma fé. As obras artísticas eram
anônimas pois considerava-se toda produção artística como sendo
responsabilidade de Deus. Na sociedade feudal existiam as classes hereditárias
(nobreza, clero e servos) em que nascia-se nela e morria-se nela, sem
possibilidade de mobilidade social. A pessoa necessitava do intermédio da
igreja para que pudesse ter a salvação eterna (confissão dos pecados e
pagamento de indulgências).
Com o Renascimento a sociedade se individualizou. O
indivíduo podia escolher se ficava no meio rural ou se viveria nas cidades,
comercializando, produzindo. Podia escolher um ofício, escolher sua religião. A
salvação passa a ser pessoal, independente de igreja ou outra instituição, a
relação espiritual passa a ser da pessoa diretamente com Deus. Agora podia-se
assinar sua produção artística e realiza-la com maior independência e liberdade
(hoje temos os direitos autorais, as patentes). A qualidade de vida não mais
era responsabilidade de sua classe hereditária. Passava a ser atributo do homem
todos os frutos do sucesso ou fracasso de sua obra. Podemos constatar na
atualidade inúmeros processos jurídicos envolvendo engenheiros, médicos entre
outros profissionais por obras ou serviços mal realizados.
A burguesia alimentou e alimenta em muito o
individualismo dentro do sistema capitalista. Para a alta burguesia dentro do
capitalismo industrial e financeiro, o individualismo que lhes interessa é o
individualismo que aliena, que enfraquece a classe mais explorada, o
proletariado. Nasceu o trabalho
especializado e específico, que não poupou nem a produção intelectual. O
artesão que conhecia todo o processo de produção de seu artefato, se tornou
pouco a pouco um trabalhador alienado, que só sabia fazer uma parte do processo
de produção. Com grande parte da
população individualizada e alienada, podia-se fazer com que ela trabalhasse
mais (tendo menos tempo para se informar, para congregar-se), produzisse mais,
por menores salários, e sem voz (Napoleão chegou a proibir a formação de
sindicatos e greves com o Código Civil Napoleônico), já que os meios de
produção e os bancos agora pertenciam à poucos homens poderosos.
Podemos concluir que o individualismo que se
acentuou no pós-renascimento foi benéfico em partes e pode ser perigoso em
outras, principalmente quando se alimenta a idéia de “que nessa vida é cada um
por sí”. Cabe à sociedade perceber e diagnosticar as dificuldades de se viver
em paz e com qualidade de vida.
Augusto Coelho Neto
Augusto Coelho Neto
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A Disneylandia Sul Americana
Quem já fez a viagem
Brasil-Bolívia-Perú sabe do que se trata. Infelizmente Matchu
Picchu se transformou em uma Disneyandia Sul-Americana. Um lugar que
é conhecido por sua história antiga e de resistência, é um local
importante de visitantes esotéricos, que é tido como um patrimônio
da humanidade, hoje é usado como fonte de lucro para o governo do
Perú. Em Cusco, Lima, já podemos ver que esse é o principal
chamariz de turistas e o principal alvo do marketing peruano, estatal
ou privado.
Em Matchu Pitcchu,
atualmente, existem duas formas de se chegar lá: de minivan até a
hidroelétrica e depois a pé até Aguas Calientes por mais duas
horas e meia ou de trem partindo de Cusco ou partindo da
hidroelétrica. Aguas Calientes é um vilarejo que foi construído
como sede e suporte para as pessoas que vão visitar Matchu Picchu. O
trem é caro, voltado para o novo mercado que se abriu de ricos
“aventureiros”. Os mochileiros aos poucos vão perdendo espaço
para os clientes de pacotes turísticos caríssimos.
Opções são criadas
para que os ricos possam “desfrutar” das ruínas do império
Inca, como minivans que sobem a cada cinco minutos até na entrada
das ruínas, que ficam em cima de uma montanha. Ainda existe o
caminho tradicional que era percorrido pelos Incas que subiam a pé
até no cume da montanha. São uma hora e meia de subida por
escadarias de pedra, quarenta minutos para descer. É triste ver que
a experiência Inca tem sido sufocada pelo capitalismo. As pessoas
vão de trem, se hospedam em hotéis de luxo e sobem a montanha de
minivan, muitos nem conversam com os locais.
A entrada no parque
arqueológico é caríssima e é somente paga em dinheiro vivo.
Dinheiro vivo é outro grande problema que brasileiros enfrentam no
Perú. Infelizmente os bancos do Perú possuem más relações com o
bancos do Brasil (não sei se é somente os bancos), e por isso
existe dificuldade para sacar dinheiro: as vezes sai, as vezes não.
No Perú existe uma resistência ao uso do cartão de crédito. Dizem
que as taxas são altíssimas 10 a 15% e muitas pessoas nem saber
usar a máquina.
A experiência de
visitar outro país é riquíssima, aprende-se muito com a cultura,
com a história, é muito bacana admirar as paisagens, plantas e
animais locais diferentes, e é uma pena que o capitalismo force uma
situação que nos deixa uma má impressão do país. Rico: vá
esbanjar seu dinheiro em Miami, Beverly Hills ou outro centro de luxo
capitalista, não deturpe o que nos resta de interessante!
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Sobre as limitações em exercer talentos
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É frustrante analisar
o cenário global da humanidade em nossos dias e perceber como
estamos cada vez mais nos limitando em relação à campo de trabalho
e produção. Os filhos estão cada vez mais atuando na área de
trabalho dos pais, parentes, amigos. Raro é ver pessoas que não
possuem Q.I. (Quem Indica) trabalhando e produzindo na academia, ou
reconhecido nacionalmente (quem dirá internacionalmente) na área
artística, trabalhando em televisão, atuando na política. Além de
vergonhoso é muito preocupante nosso destino como sociedade: para
onde iremos se continuarmos nesse ritmo?
O real sentido da
ciência (trazer bem estar para a humanidade e o planeta) já deixou
de ser o objetivo da academia. Hoje busca-se sobretudo realizações
vaidosas, enaltecimento pessoal, troca de influências, lucro. E o
que dizer dos artistas reconhecidos? Cada vez menos criativos,
provavelmente pela pouca rotatividade de artistas. Os filhos vêm da
mesma corrente musical, literária, teatral dos pais geralmente, o
que faz com que haja repetição e produção de obras parecidas.
Reparemos nas pessoas que trabalham na televisão, melhor, reparemos
naquela pessoa que é tão sem graça, que nos indagamos porquê ele
está ali: com certeza ele tem as "costas quentes".
A política já é uma
velha conhecida pela continuidade hereditária e fortes influências
de Q.I., isso explica a falta de inovação em soluções sociais em
nosso país: fora exceções, filho de rico que sempre viveu
luxuosamente às custas de dinheiro público, pouco interesse tem na
classe trabalhadora e nos pobres.
Não podemos nos
acomodar com essa situação decadente. A sociedade perde muito com
isso. Pessoas com talentos incríveis sendo marginalizadas, sendo
desestimuladas, enquanto outras pessoas nem tão talentosas assim são
glorificadas por possuírem “bons contatos”. É imprescindível
que a pessoa tenha a oportunidade de exercer seu dom, fazer o que
gosta, ser reconhecida pelo que é.
Busquemos soluções
viáveis para nossa sociedade, um trabalho feito realmente de
coração. Quando alguém faz o que gosta, a sua produção é cheia
de energia boa, a qualidade é bem maior, e ela se sente muito mais
feliz. Lutemos contra essa tendência limitadora em exercer talentos
na sociedade.
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